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RIO GRANDE DO SUL | Privatização do Banrisul pode ser chantagem do governo Bolsonaro para acordo com RS

Segundo o atual ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, a privatização do Banrisul pode ser condicionante para que o Rio Grande do Sul possa aderir ao Regime de Recuperação Fiscal. Eduardo Leite (PSDB), eleito governador do estado, em campanha prometeu não vender o banco estatal ao mesmo tempo que apontava o RRF como saída para a crise do estado.

quarta-feira 21 de novembro de 2018 | Edição do dia

O Regime de Recuperação Fiscal é uma medida do governo golpista de Temer que prevê ataques contra os servidores públicos e privatizações para que os estados em crise possam suspender temporariamente o pagamento da dívida com a União. José Ivo Sartori (MDB), derrotado nas últimas eleições para o governo do Rio Grande do Sul, chegou a tentar avançar na adesão ao RRF mas teve seu governo paralisado pela greve do magistério público estadual em 2017. Na época o governo federal também alegou divergências sobre o percentual da receita líquida do estado gasta com pessoal.

Ocorre que a privatização do Banrisul é uma medida amarga para qualquer governante, que inclusive Sartori não teve condições de bancar. Além do rechaço popular à privatização, setores das elites locais contam com empréstimos e financiamentos que certamente serão diferentes no caso do banco não ser mais estatal.

Segundo a avaliação de Eliseu Padilha o Banrisul é a única estatal gaúcha que dá lucro. A possibilidade aventada por ele corresponde com a sede privatista de Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro. O futuro ministro da fazenda declarou que os estados que quiserem socorro da União devem "fazer o dever de caso" o que significa privatizar tudo o que for possível e atacar os servidores e os serviços públicos para garantir os lucros da classe dominante.

Sartori chegou a tentar privatizar a CEEE, a Sulgás e a CRM, também sem sucesso devido à greve dos professores de 2017. No RS empresas como Gerdau, Taurus, Grendene e RBS desfrutam de fartas isenções fiscais enquanto os servidores seguem com seus salários parcelados. A isso se soma a sonegação de impostos e o sustento dos privilégios de políticos e juízes que impactam nos cofres públicos. O não pagamento da dívida do estado com a União é uma medida que deve ser imposta não com a perspectiva de que ela siga aumentando para no futuro tomar ainda mais o dinheiro público do RS, como propõe o RRF, mas para colocar esses valores no pagamento dos salários dos servidores.

Tanto os parcelamentos e atrasos de salários quanto as privatizações e todos os ataques pretendidos pelos governos a nível estadual e federal só podem ser barrados com a luta da classe trabalhadora. As centrais sindicais e os sindicatos como o CPERS precisam romper com sua paralisia e desde já organizar essas lutas em cada categoria, unificando pautas regionais com pautas nacionais como o combate à reforma da previdência e o Escola Sem Partido. É necessário cerrar fileiras contra Leite, Bolsonaro e seus planos de ajustes.




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