×

CRISE POLÍTICA | Preso na Operação Lava Jato, Dirceu chega à carceragem da PF em Curitiba

O ex-ministro José Dirceu chegou no fim da tarde desta terça-feira à carceragem da Polícia Federal em Curitiba, um dia após ter sido detido em Brasília, na 17ª fase da Operação Lava Jato, para responder por suposta responsabilidade no escândalo de corrupção na Petrobras.

quarta-feira 5 de agosto de 2015 | 00:00

Dirceu é acusado de ter recebido propina de fornecedores da estatal. Ele já cumpria pena de 11 anos e dez meses, que lhe foi imposta por envolvimento no mensalão.

O político, de 69 anos, passou um ano detido, mas obteve do Supremo Tribunal Federal (STF) o benefício de prisão domiciliar e cumpria a condenação em sua residência em Brasília.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos do caso em primeira instância, considerou que o ex-ministro não podia manter o benefício, não só porque a investigação aponta que ele também está envolvido nesse assunto, mas porque suspeita que recebia propina da rede de corrupção na Petrobras ainda estando sob detenção.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), parte do dinheiro desviado da petrolífera era entregue a Dirceu através da empresa de consultoria jurídica JD, de sua propriedade, que era "contratada" para operações "de fachada" por empresas privadas envolvidas no caso de corrupção na Petrobras.

Na véspera, o PT divulgou uma nota na qual negou ter participado de “qualquer esquema de corrupção” e destacou que todas as doações que recebeu foram “legais”. O documento, de duas páginas, não há menção à situação de Dirceu.

A postura atual da legenda contrasta com a adotada na época em que o ex-ministro foi condenado no julgamento do mensalão do PT. Na ocasião, a sigla manifestou apoio ao ex-dirigente.

Depois da entrevista coletiva, em conversa com jornalistas, Rui Falcão explicou que o PT decidiu não citar Dirceu porque as acusações que pesam contra o ex-ministro dizem respeito à atuação dele como consultor, não como membro do governo.

Para tentar preservar a pouca legitimidade que ainda resta ao governo petista, Dilma é obrigada a tentar separar-se da tradição fisiológica de históricos dirigentes do PT. É improvável que esta tentativa barre a crise do PT.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias