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Prefeito de Juiz de Fora é citado na delação da Odebrecht, seguindo os passos do pai na corrupção

Bruno Siqueira (PMDB) foi citado em delação da Odebrecht, por "disposição para apresentar emendas/ defender projetos no interesse da companhia". Ele segue os passos do pai na corrupção, ligado a diversos casos desde a década de 90.

Douglas SilvaProfessor de Sociologia

sábado 15 de abril de 2017 | Edição do dia

A Odebrecht, que vem sendo uma das principais empresas no olho do furacão da corrupção brasileira e os vários políticos da ordem, teve uma planilha divulgada por um de seus ex-executivos, Benedito Barbosa da Silva Junior, para o Ministério Público, envolvendo repasses de verbas feitas via caixa 2 entre 2008 e 2014 a 179 políticos. A planilha, que destaca o nome e codinome dos políticos envolvidos na corrupção com a empreiteira, também apresenta o valor do repasse, o ano da doação, o intermediário e o propósito.

Na planilha apresentada por Benedito Barbosa, foram feitos dois repasses ao atual prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira (PMDB). O primeiro feito em 2010, no valor de R$25 mil com o codinome de “Sino”, e se elegendo como deputado estadual no mesmo ano. O segundo repasse, feito em 2012, aconteceu no mesmo ano em que Bruno concorria à prefeitura de Juiz de Fora pela primeira vez, sendo feito um repasse de R$100 mil com o codinome de “Fino”.

Além de Bruno Siqueira, a planilha também traz o nome do deputado federal Júlio Delgado, que teria recebido um repasse de R$100 mil com o codinome de “Zagueiro” em 2010, quando foi eleito deputado federal. Tanto no caso do atual prefeito de Juiz de Fora, quanto no de Júlio Delgado, a justificativa dos repasses teria sido a “disposição para apresentar emendas/ defender projetos no interesse da companhia”. Ou seja, aquele velho ditado: “quem paga a banda escolhe a música”; e no capitalismo, o financiamento de empresas a políticos brasileiros só pode servir aos seus próprios interesses, que são em todo e qualquer grau antagônicos aos interesses dos trabalhadores e da juventude.

Para conhecer melhor a história do atual prefeito, Bruno Siqueira, basta recorrer a seu histórico familiar e partidário. A ligação de seu pai com casos de corrupção como o da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), se arrasta desde o governo Itamar Franco e a ligação de vários homens de confiança do ex-presidente, entre eles, José Carlos Righetti, então diretor financeiro da companhia e Marcelo Siqueira (PMDB), pai do prefeito Bruno Siqueira, e presidente da estatal na época do rombo. De acordo com o ministério público, o rombo teria sido de aproximadamente R$157 milhões aos cofres da companhia.

Entre os casos da corrupção “de família” do prefeito de Juiz de Fora, ainda vale lembrar que Bruno Siqueira faz parte do mesmo partido de Michel Temer e do golpe institucional que vem aprofundando os ataques em cima dos trabalhadores e da juventude.

Se, por um lado, os escândalos de corrupção escancarados no podre regime brasileiro demonstram o caos e corrupção que o capitalismo está mergulhado, por outro nos aponta a necessidade de não deixar nas mãos dos mesmos políticos e juízes cheio dos privilégios os rumos e tomadas de decisões em nossa sociedade.

Sendo assim, devemos lutar para que juízes e políticos vivam como um trabalhador comum, recebendo o mesmo salário de uma professora. Que seus cargos, inclusive juízes, sejam eleitos e revogáveis pelos seus eleitores a qualquer momento, para que não tenham “carta branca” para fazerem o que bem entenderem durante seus anos de mandado.

Que as contas de empresários e políticos corruptos sejam abertas para todos; os salários dos trabalhadores e suas contas não são segredo para ninguém, e que sejam conhecidas também as contas daqueles que nos roubam. Que os crimes de corrupção sejam julgados por júris populares, e não por ricos ministros do STF cheios de privilégios. Que todos os bens dos corruptos e seus familiares beneficiados pelos esquemas sejam confiscados para que esse dinheiro volte para os trabalhadores por meio de direitos. As empresas é que devem pagar pelo que fizeram: todas envolvidas nos esquemas devem ter suas contas abertas e investigadas por comitês de trabalhadores empregados nelas e por especialistas eleitos nas universidades públicas.

As empresas privadas só trazem corrupção e desastres como o de Mariana. Portanto, que todas as privatizações feitas por Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma sejam revertidas, bem como a estatização plena da Odebrecht. Que essas empresas sejam administradas pelos próprios trabalhadores, que são os que têm interesse em seu bom funcionamento e no fim da corrupção.

Por isso, viemos discutindo a necessidade de organizar a juventude e os trabalhadores desde as bases para lutar contra os ataques de Temer e fazer com que os capitalistas paguem pela crise (http://www.esquerdadiario.com.br/MRT-lanca-campanha-Que-os-capitalistas-paguem-pela-crise ). Porque sabemos que não será o STF, que tenta sair como herói da nação, e nem a Lava Jato de Moro, que irão oferecer uma saída aos trabalhadores e à juventude. Só poderemos dar uma verdadeira saída aos explorados e oprimidos, construindo uma verdadeira Greve Geral no dia 28, exigindo que as centrais sindicais organizem os trabalhadores a partir de cada local de trabalho desde já. Levantando pela luta uma Constituinte Livre e Soberana que enfrente os grandes problemas nacionais desse regime degradado (http://www.esquerdadiario.com.br/Lista-de-Fachin-atinge-golpistas-petistas-e-salva-outros-Lutemos-por-uma-Constituinte-imposta-pela).




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