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Prefeito de Belo Horizonte quer padronizar a arte da cidade

O prefeito Alexandre Kalil (PHS) tem se inspirado na “cidade linda” de Dória para dessa vez, definir o que é ou não é arte. No histórico da gestão de Kalil, já tivemos a ação higienista de retirar os vendedores ambulantes do centro da cidade, o que foi promovido com muito aparato repressivo e transformou o centro da cidade em praça de guerra, com vendedores feridos e detidos, agora, o prefeito quer padronizar a arte de rua.

segunda-feira 18 de setembro de 2017 | Edição do dia

O prefeito Alexandre Kalil (PHS) tem se inspirado na “cidade linda” de Dória para dessa vez, definir o que é ou não é arte. No histórico da gestão de Kalil, tivemos a ação higienista de retirar os vendedores ambulantes do centro da cidade, o que foi promovido com muito aparato repressivo e transformou o centro da cidade em praça de guerra, com vendedores feridos e detidos.

Dessa vez, o prefeito quer atacar a arte de rua, de forma velada, colocando uma padronização de arte. Enquanto desenvolve o “programa municipal Profeta Gentileza” em que artistas convidados e pré- selecionados criam murais pela cidade, o prefeito diz que pixo não será aceito em sua cidade linda “Isso é cultural. O grafite é cultura de rua. É feito por artistas renomados e enfeita a cidade. Não é pichação e nem vem me falar que pichação é arte porque isso eu não engulo. É mais um passo pra transformar esta cidade e elevar a autoestima do belo-horizontino. Aqui já é uma cidade bonita, alegre, acolhedora” disse o prefeito.

Ações contra pichadores já são conhecidas em Belo Horizonte, o caso Goma, por exemplo, um dos maiores pichadores de Belo Horizonte foi preso em 2016 e sua loja de materiais de grafite fechada, por conta da criminalização de sua arte. A PBH agora investiga o artista Felipe Arco, que escreve versos à caneta nas lixeiras do hipercentro e viaja todo o país sendo convidado para pintar seus grafites e versos. O prefeito Alexandre Kalil em comentário sobre o caso, deixou claro que a arte do jovem só será permitida caso siga uma padronização do que ele julga certo, inclusive com censura ao que o jovem escreve “Não se pode confundir baderneiro com artista. Por que processou? Vamos lá na procuradoria ver o que aconteceu. Fiquei sabendo disso, mas agora a gente tem que resolver. Se for um projeto para poesia na lixeira, a gente vai tirar o que está na lixeira e padronizar. Teríamos que fazer um projeto com qual tipo de tinta, se serão uma estrofe ou duas estrofes, o que pode escrever e o que não pode” comentou o prefeito.

A arte de rua não pode ser criminalizada, o pixo representa uma resistência que vem das favelas. Ao contrário do que pensa o prefeito Alexandre Kalil, o pixo é arte e seguirá sendo presente na vida da juventude que ocupa as ruas, livre de padrões estéticos e morais.




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