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Minas Gerais | Precisamos tomar a greve nas nossas mãos para fortalecer a luta contra Zema e pelo pagamento do Piso!

Medidas urgentes que nós do Nossa Classe Educação, que contribuímos com o Esquerda Diário, queremos propor para avançarmos na nossa mobilização pelo pagamento já do piso salarial e contra o Regime de Recuperação Fiscal do governo Zema.

terça-feira 15 de março de 2022 | Edição do dia

Nossa greve começou mostrando uma importante disposição de luta de todos os trabalhadores da educação; com professores, ATBs, inspetores escolares que também paralisaram suas atividades e inclusive importante protagonismo e coragem das ASBs na paralisação das escolas. Zema respondeu rapidamente buscando suas alianças na justiça para atacar o direito de greve. Um desembargador que ganha quase R$ 40 mil por mês e não foi eleito por ninguém tenta colocar a greve na ilegalidade, atacando o direito de greve e mostrando o autoritarismo do judiciário.

Mas nós, trabalhadores da educação, não vamos deixar essas provocações seguirem e vamos batalhar para impor o pagamento integral do piso e a derrubada do Regime de Recuperação Fiscal. Vamos derrotar o governo Zema, que é inimigo dos trabalhadores e da educação, e quer tirar a verba que é da educação para dar aos grandes empresários e para comprar os deputados para sua base aliada na ALMG, assim como faz Bolsonaro com o Congresso.

Os atos nas Superintendências de Ensino por todo estado e dezenas de cidades mobilizaram centenas de trabalhadores da educação em greve. Outros atos estão sendo realizados por regionais, como em Santa Luzia, e em Betim foi aprovado em assembleia a redução do turno no dia 16/03 em solidariedade à greve estadual.

Este cenário exige que nossa greve seja ainda mais firme e forte. É nesse sentido que nós do Nossa Classe Educação, que contribuímos com o Esquerda Diário, queremos propor medidas urgentes para avançarmos na nossa mobilização pelo pagamento já do piso salarial e contra o Regime de Recuperação Fiscal do governo Zema.

1 - Unir nossa categoria na luta! Tomar a luta em nossas mãos com comandos de greve.

É preciso fortalecer a greve em cada escola, unificando professores, especialistas, ASBs, ATBs, e unindo efetivos e designados. O reajuste dado aos professores, como definido pelo piso salarial nacional, deve ser feito proporcionalmente para todos os cargos da educação. Nossa luta pelo reajuste salarial deve ser parte da luta contra os baixos salários em todos os cargos da categoria, e contra a precarização do trabalho representada pela designação/convocação, para que todos trabalhadores sejam efetivos e tenham os mesmos direitos.

Para conseguirmos colocar Zema contra a parede, nossa mobilização precisa ser ainda mais forte. E para isso a organização de base é a principal forma de potencializar a atuação e levar à frente as ideias e todas as propostas que possam surgir nas escolas, colocando os rumos da greve nas mãos dos trabalhadores. É urgente a organização dos comandos regionais de greve nas subsedes que ainda não organizaram esse espaço. O sindicato precisa impulsionar já a formação desses comandos! Em Belo Horizonte, por exemplo, nenhuma de suas subsedes organizou os comandos de greve até a data de 14/03, quase uma semana do início de nossa greve! Todas as manifestações que fizemos até agora poderiam ter sido muito mais fortes se houvesse um comando de greve que chegasse a cada escola mobilizada.

Os representantes do comando devem ser eleitos de forma democrática, com 3 representantes para escolas 100% paralisadas e 2 representantes para escolas parcialmente paralisadas. Defendemos também que estes comandos regionais se unifiquem em um único comando estadual de greve, de forma a permitir que no comando estadual haja representação de trabalhadores da educação em greve e não apenas os representantes eleitos três anos atrás, e que não necessariamente expressam a organização de base nas escolas em greve.

2 - Estudantes e trabalhadores da educação, nossa luta é uma só!

Todos os ataques que geraram uma situação de sucateamento da educação pública afetam a comunidade escolar, trabalhadores da educação, estudantes e familiares. Vemos que nossos alunos vêm enfrentando condições cada vez mais precárias de ensino: há superlotação de salas, professores que se desdobram para trabalhar em duas ou três escolas, já que o salário cada vez menos alcançam as contas mensais.

O Novo Ensino Médio, entre outros problemas, diminui o peso de temas como desigualdade, gênero e racismo no currículo. A luta dos estudantes é parte da luta dos trabalhadores da educação e devemos estar juntos! Essa luta reforça a batalha pela educação pública, gratuita, de qualidade e laica, junto com estudantes secundaristas e universitários, que também enfrentam cortes e ataques autoritários na educação pelo governo Bolsonaro.

3 - Unidade da classe trabalhadora: reajuste mensal conforme aumento da inflação

Se os trabalhadores da educação vencem na greve, isso fortalece outras categorias para lutarem por reajuste nos salários. Os salários dos trabalhadores deveriam ser reajustados mensalmente conforme a inflação. Basta de pobreza e fila do lixo!

4 - Unificar as lutas em curso em uma grande greve nacional da educação

Trabalhadores da educação de outros estados também estão em luta. Os professores do Piauí estão em greve desde o dia 10 de fevereiro pela implementação do piso salarial e enfrentam o governo de Wellington Dias (PT), que não paga o piso previsto em lei e ainda ameaçou cortar ponto dos professores em greve. Já os professores do Rio Grande do Norte fizeram uma forte greve que foi encerrada no dia 4 de março, enfrentando o governo de Fátima Bezerra (PT). Em São José dos Campos, os trabalhadores da educação também estão protagonizando uma forte mobilização.

Nós, do Nossa Classe Educação, defendemos a deflagração de uma greve nacional da educação a partir de hoje (16), data de mobilizações nacionais chamada pela CNTE, e exigimos da CUT a construção efetiva dessa greve, que seja organizada pela base, para enfrentar os ataques dos governos e das prefeituras e conquistar o piso que é direito dos trabalhadores da educação.

5 - Unificar as forças dos trabalhadores dos serviços públicos em MG contra Zema

É preciso também buscar unificar a luta de todos trabalhadores da educação em Minas Gerais, unindo nossa categoria com os educadores das redes municipais da educação que enfrentam prefeituras que não pagam o piso salarial, como a de Alexandre Kalil (PSD) em Belo Horizonte, e também nos unindo com outras categorias como trabalhadores da saúde, que também estão enfrentando o arrocho salarial promovido pelo governo Zema, ou metroviários que lutam contra a privatização do metrô.

Ao mesmo tempo, nossas manifestações precisam manter completa independência em relação aos atos e paralisações da polícia e da segurança pública, pois não podemos ter ilusões de que as polícias possam ser nossas aliadas. Pelo contrário, são mobilizações que além de tomar a educação como inimiga, caso tenham suas demandas atendidas significarão melhores condições de repressão contra os trabalhadores e a população.

Essa unidade com outras categorias é fundamental para começar a organizar uma luta a nível nacional contra o governo Bolsonaro, a extrema direita, e todos os ataques que também vêm do Congresso e do judiciário contra os trabalhadores. Enquanto o governo Zema e o governo Bolsonaro atacavam nossos direitos, a direção do nosso sindicato, ligado à CUT, dirigida pelo PT, apostou suas fichas em fracas mobilizações nos últimos anos, se preparando para as eleições deste ano, como se todos nossos problemas se resolvessem com uma eventual eleição de Lula, em meio à grave crise econômica do país, e tendo aliados golpistas como o vice Geraldo Alckmin, inimigo dos trabalhadores da educação e dos estudantes. Este projeto de conciliação de classes e alianças com a direita não serve para combater a extrema direita e nem garantir os direitos mais elementares dos trabalhadores.

Por isso, temos que confiar na força de mobilização dos trabalhadores. As eleições não farão a extrema direita desaparecer, nem farão isso com nossos inimigos. Nossa luta de trabalhadores da educação tem que ser parte da luta de nossa classe pela revogação integral da reforma trabalhista e da Previdência, contra todas as reformas, privatizações e ataques contra o povo, que enfrenta cada vez mais pobreza e desemprego.

6 - Convidamos os trabalhadores da educação a defenderem conosco estas propostas

Convidamos os trabalhadores da educação que concordem com essas propostas a defendê-las conosco. Chamamos também as companheiras e companheiros que atuam nas correntes sindicais de trabalhadores da educação junto ao PSTU, CST, PCB e UP, que são parte da oposição sindical na rede estadual da educação, a debatermos em comum esses passos, partindo do acordo que temos em particular com o PSTU sobre a exigência de uma greve nacional da educação




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