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LUTA NO CHILE | Portuários chilenos realizam greve pelo adiantamento das aposentadorias e por Fora Piñera

Convocado pela União Portuária do Chile, desde segunda os portos de todo o país iniciaram paralisações para pressionar o governo a adiantar pela terceira vez os saques dos fundos de aposentadoria aprovados pelo Congresso.

quarta-feira 28 de abril de 2021 | Edição do dia

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Por volta de 8 mil trabalhadores de 25 terminais iniciaram uma paralisação nesta segunda 26 a partir do meio dia, retomando as mobilizações da semana passada. O motivo desta nova paralisação é para exigir ao Estado chileno um terceiro saque dos fundos de pensões privadas que seja universal, sem devolução e sem cobrança de impostos.

“Somos oposição à manipulação que os políticos estão fazendo por debaixo dos panos com este tema sensível a todos os chilenos e chilenas” foi a declaração dos grevistas, e destacaram também particularmente as “condições precárias nas quais trabalham o pessoal da saúde que luta contra a crise sanitária”.

Na última quinta, o Senado aprovou uma reforma constitucional que permite o terceiro saque antecipado de pensões. Esta medida implica em um saque de 10% das Administradoras de Fundos de Pensão (AFP). O sistema de pensões chileno foi replicado a vários países da América Latina nos anos 90 e foi pioneiro na capitalização individual. Hoje ele é fortemente criticado pelas pífias aposentadorias que fornece e há um crescente número de pessoas pedindo por um modelo mais humano e solidário.

O governo de Sebastián Piñera busca evitar que isso aconteça, assim como quer evitar que a medida do saque antecipado seja aplicada. Inicialmente recorreu ao Tribunal Constitucional e logo em seguida, buscando proteger os lucros das seguradoras de fundos de pensão (AFP) propôs que se depositasse nas contas de quase 3 milhões de trabalhadores chilenos apenas 200 mil pesos chilenos, algo em torno de 1500 reais no Brasil (a cesta de produtos necessária para atender as necessidades mínimas dos trabalhadores no país custa cerca de 500 mill pesos chilenos, ou 3800 reais) e fica à disposição de cada pessoa se realiza o saque ou não. Isso significa a quantia considerável de 900 milhões de dólares injetados nas AFPs.

Segundo a rádio Biobío, Jorge Salazar, porta-voz da União Portuária, destacou que o projeto anunciado pelo governo deve ser analisado, principalmente as “letras miúdas”, e questionou porque os 200 mil pesos não vão direto aos trabalhadores mas são entregues primeiro às AFP.

Os trabalhadores portuários de Valparaíso, de San Antonio e Ventanas começaram a paralisação na segunda de tarde. No porto de Valparaíso se somaram à greve os trabalhadores do Sindicato de Estivadores.

Durante a manifestação dos estivadores do lado de fora do Sindicato dos Portuários de Valparaíso houve repressão.

Os estivadores de Ventana na quinta região se concentraram junto ao sindicato de atracação, exigindo a saída de Piñera.

Veja a entrevista em Antofagasta:

No Porto de San Antonio houve repressão policial contra a greve dos estivadores. Denúncia a seguir:

A greve dos portuários ocorre na véspera da “greve sanitária geral” convocada para 30 de abril pela Central Única de Trabalhadores do Chile. A medida tem como objetivo exigir o cumprimento do terceiro Plano de Emergência, apresentado pela Central ao presidente Sebastián Piñera.

Entre as demandas mais relevantes do plano se encontram o aumento do salário mínimo a 500.000 pesos chilenos (cerca de 700 dólares); uma renda básica universal de emergência para 80% da população e o congelamento dos preços de alimentos e insumos básicos.




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