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ELEIÇÕES ESTUDANTIS | Por entidades para a luta independente do governo e da direita

Nesse ano o movimento estudantil teve diversas oportunidades de ser sujeito político nacional: na crise do FIES, na greve das universidades federais e agora com o levante de secundaristas em São Paulo. Contudo, as direções das entidades mantêm essas lutas isoladas e não as transformaram em grandes batalhas pela Educação. Esse debate é central nas eleições estudantis que ocorrerão nesse fim de ano.

sábado 7 de novembro de 2015 | Edição do dia

Em 2013, as direções das entidades não quiseram ser um fator para fazer Junho entrar na universidade, para que estas se transformassem em centros políticos que alçassem as principais demandas sociais, organizando os estudantes desde as bases para combater o governo. Isso perdura até hoje na crise de representatividade. A direção da UNE e correntes governistas são um entrave consciente em muitos DCEs e CAs, onde fazem coro ao discurso de defesa do PT contra o golpe da direita, defendem a reforma política e a preservação do PMDB “em nome da governabilidade”. Nos atos falam “fora Cunha” sem dizer que o PT é coautor do PL5069. A UNE também aprovou um grande ataque: o monopólio das carteirinhas para a “meia entrada”, visando inflar artificialmente seus filiados.

O PSOL, ao entrar na Frente Povo Sem Medo – que visa salvar o governo petista, composta pelas burocracias governistas, UNE, CUT e CTB – já indica a política que seguirão nas entidades: atrelada ao governismo, pacífica e incapaz de organizar a luta independente dos estudantes.

O PSTU, como direção majoritária da ANEL, faz um discurso mais “de esquerda” de “greve geral para derrubar Dilma” e “Basta de Dilma, Aécio, Cunha e Temer”, mas nas entidades que dirigem seguem passivos e não contribuem para que surja um sujeito concreto para essas tarefas.

Assim, por exemplo, no DCE da USP (composto pelo PSOL e PSTU), diante do levante secundarista no estado, não chamaram sequer uma assembleia geral para unificar essa luta com a dos universitários.

Construamos entidades estudantis democráticas e para a luta concreta

A Juventude ÀS RUAS, composta por militantes do MRT e independentes, está fazendo um chamando ao PSTU, aos estudantes que constroem a ANEL, bem como a todos que querem derrotar os cortes e ataques, a fazermos chapas unitárias anti governistas, que usem o espaço dos processos eleitorais para dar voz às principais lutas e para a construção de uma nova tradição de entidades democráticas, de combate ao governo e ao regime universitário, para defender a Educação e lutar para que a universidade esteja a serviço dos trabalhadores.

Para que as entidades sejam instrumentos de luta e democráticas, é que propomos a proporcionalidade. Aprovamos essa política para o próximo ano no Centro Acadêmico de Ciências Humanas da UNICAMP, para o debate político ser aberto o ano todo, e não apenas nos períodos eleitorais. Construímos no CACH uma gestão ativa que esteve ao lado da população da cidade, lutando contra os cortes do FIES, nas fábricas durantes as paralisações nacionais, junto aos professores e agora junto aos estudantes secundaristas contra o fechamento das escolas. Estivemos ao lado dos estudantes do PROFIS na luta por permanência contra a burocracia universitária e estamos contra a demissão de centenas de trabalhadores terceirizados. Tudo isso em combate à direção da UJS no DCE, em denúncia ao seu gangsterismo, que agrediu um estudante na última reunião de Unidades e Centros Acadêmicos e auto organizando os estudantes.

Esses exemplos no CACH, e também no CAFCA na UFMG, e no CASS da UERJ, nas lutas por creches e em defesa dos trabalhadores terceirizados, que queremos generalizar nessas próximas eleições, colocando a necessidade de retomar a força da esquerda anti governista na FFLCH da USP. Nesse sentido que chamamos todos os estudantes a comporem chapas para construir um movimento estudantil que estejam à altura de responder aos grandes temas nacionais. Queremos construir entidades referências políticas, que sejam polos de resistência às políticas e ideologia dos governos e iniciativa privada. Por um projeto de universidade que a privatização das reitorias, dispute o conhecimento, que democratize radicalmente o acesso com o fim do vestibular, e seja dirigida pelos estudantes e trabalhadores democraticamente, colocando fim ao conselho universitário. São tarefas audazes que a realidade exige dos estudantes e nós temos a maior paixão de construir.




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