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População carcerária sofre o descaso do Estado, "apavorados" escrevem cartas de despedida

Presidiário enviam cartas a seus familiares, com medo da COVID-19 e seus efeitos diante o descaso do Estado. As cartas expressam o pavor dessas pessoas que se encontram em total abandono, sem cuidados aos doentes, sem prevenção, em celas super lotadas.

terça-feira 5 de maio de 2020 | Edição do dia

O panico que se alastra entre a população carcerária foi exposto em cartas a qual o blog UOL teve acesso e publicou algumas, os conteudos dessas cartas são agoniantes. As enfermarias super lotadas, as celas super lotadas, falta de higiene e atenção. Os funcionários também com medo do contágio também se encontram desamparados, com medo de contaminarem suas faamílias ou morrerem diretmente.

Os presos que tiveram todas as visitas suspensas, padecem. Nem os advogados estão podendo consultar. As cartas expressam claramente o desespero dessas pessoas, a falta de testes coloca pessoas com claros sintomas, sem o devido cuidado ou minimamente o isolamento necessário. São muitos registros que expressam a situação lamentável em que se encontram os presídios do país.

Com medo da morte, as cartas falam de amor, de saudades. Em meio a agradecimentos e desesperança essas pessoas encontram nas cartas uma fuga a unica forma de se despedir, tendo a frente um futuro nada certo, jogados e vendo a morte a porta sem poder minimamente se cuidar.

Desde a suspensão das visitas muitas mulheres sofrem com a falta de informação de seus companheiros, uma conta no Facebook chamada "Amor atrás das grades", relata a dificuldade em obter informações, dos maridos,namorados, irmãos... Os presos muitas vezes não tem acesso a mascaras que eles mesmo produzem.

Os relatos mostram muitos presos com sintomas de COVID-19, em celas sem higiene e sem acesso a materias de prevenção.A população carcerária que ja vnha sofrendo com o descaso do Estado se vê em meio pandemia mais abandonada do que nunca.

Não previsão para testagem nos presidios, muito menos orientações de como proceder em meio a crise pandemica. Em dezembro de 2019 a população carcerária já alcançava a marca de quase 750 mil presos, o numero de testes feitos em presidios corresponde a menos de 0,1% desse total.

O descaso é tanto que tiveram casos de pessoas que morreram e as familias vieram a saber bem depois, negando o direito de despedida, negando a presença. Uma trajédia causada pelo capitalismo se constroi a cada dia com mais rapidez diante dos nossos olhos. O descaso com a opulação carcerária escancara em maior escala o descaso com tota a população.

A falta de testes impede que se isole quem realmente precisa e coloca toda a população em estado de panico. As politicas para segurança instauradas pelo ex ministro Sergio Moro, são de dar nojo, tratam a população como alvo e em meio a pandemia lavam as maos para as vidas de milhares de pessoas.

Enquanto os governos seguem com suas demagogias e ataques por debaixo dos panos, a quarentena proposta pelos estados não garante uma real contenção da pandemia, o auxilio que nunca chega obriga muitas familias a voltarem a seus trabalhos, e a escasses de testes mantem os infectados transmitindo inconscientemente.

É urgente que o Estado use de seus recursos para fazer testes massivos, que os hspitais privados sejam centralizados pelo sistema público de saúde e que toda a produção atue para conter a pandemia. É um absurdo que os que produzem mascaras nao tenham acesso a elas, enquanto a burguesia compra mascaras de 3 mil reais.

Um real plano de emergencia para esse momento deve centrar toda a produção não para o lucro dos patroes, mas a para garantir a vida. Mais do que nunca está claro que para os capitalistas nossas vidas pouco importam e mais do que nunca precisamos elevar nossa voz e dizer: Nossas vidas valem mais que o lucro deles.




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