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CRISE HÍDRICA NO RJ | População abastecida pela CEDAE poderá pagar por água fétida, amarelada e com espuma

Segundo André Moura, secretário Civil, a água que há dias é imprópria, será regularizada ainda hoje (quinta-feira, 23). O governo do estado não pressiona a CEDAE, ou seja, quem pagará pela água podre serão mais de um milhão de consumidores que tiveram de descartar a água pelo ralo.

quinta-feira 23 de janeiro de 2020 | Edição do dia

Desde o começo da privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, em 2017, a população do Rio já sofreu com demissões, descasos e agora a crise da água, que já afeta mais de um milhão de moradores.

A maioria dos moradores não têm condições de comprar água mineral nos mercados, ainda mais no período atual, com um aumento de 40%. Alguns, sem outra saída, tentam ferver a água para utilizar, mas os relatos são de uma água com espuma, cheiro podre, amarelada, turva, que não serve nem para higiene básica, que já deixou crianças doentes, como é o caso das filhas de 7 e 12 anos da moradora Raquel Alves.

A CEDAE diz que a água já está sendo tratada com carvão ativado, que será normalizada ainda hoje (depois de muitos dias estragada). Assim, os moradores estão esvaziando, jogando fora toda a água podre e limpando os reservatórios, esperando por uma água limpa. Mas quem pagará por essa conta, pelos milhares de litros jogados no ralo?

De acordo com o jornal O Dia “o governo do estado reforça, no entanto, que não tem poder de decisão sobre possíveis descontos a consumidores. Caberá ao Conselho Administrativo da Cedae a decisão sobre o desconto na conta de água. A primeira reunião do grupo está prevista para o próximo dia 30.”

Ou seja, será a população quem pagará por esse serviço desastroso. O Núcleo de Defesa ao Consumidor (Nudecon) se pronunciou de forma tímida, através da coordenadora Patrícia Cardoso, vendo a possibilidade de ressarcir os moradores de forma coletiva, para “prejudicar” o menos possível a empresa. Segundo a coordenadora: "A lei garante a indenização coletiva e individual. No entanto, esperamos por um acordo indenizatório coletivo, que poderá ser um desconto nas contas".

Contudo, nós do Esquerda Diário e MRT sabemos que para a população do Rio não sofrer mais com água podre, é necessário que a empresa volte a ser estatizada sob controle dos trabalhadores, a serviço da população, recontratando engenheiros e profissionais que garantam a água limpa, mas que foram demitidos pela sede de lucro dos empresários. A água potável deve ser um direito do povo, e não uma forma de lucro às custas da nossa saúde.




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