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Via zoom | Polo Socialista e Revolucionário realizou primeiro debate de programa

Ocorreu, nessa terça-feira (23), uma mesa nacional do Polo Socialista e Revolucionário (PSR) a fim de debater “Um programa socialista para o Brasil”.

sexta-feira 25 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Foi a primeira de uma série de debates programáticos que vão se realizar pelo Polo a partir de março, que se darão também por estados.

Veja aqui o conjunto da atividade

Como parte destes debates, as organizações que compõe o Polo estão apresentando contribuições escritas (veja aqui as contribuições). Dentro deste link é possível acessar a contribuição do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, onde apresentamos propostas programáticas para que os capitalistas paguem pela crise. Junto às demais contribuições escritas e os debates dessas mesas, são elementos que vão dar bases para o debate de programa do Polo, que é composto por várias organizações e ativistas.

A atividade contou com mais de 800 conexões via zoom, junto a algumas milhares de visualizações nos diferentes canais de Youtube e outras redes sociais.

A mesa contou com a abertura de Plinio de Arruda Sampaio, do PSOL e professor e economista da Unicamp, e de Mariúcha Fontana, jornalista e da direção nacional do PSTU.

Houve falas em seguida como debatedores das organizações de projeção nacional que compõe o Polo. Pelo MRT interviu a Flavia Valle, professora da rede pública de Minas Gerais e dirigente do MRT. Além do MRT também interviram como debatedores a CST (PSOL), Socialismo ou Barbárie (PSOL), MLS e a Comissão Pastoral da Terra. Houve também uma série de intervenções do plenário de outros ativistas e organizações.

Confira a fala de Flávia Valle em vídeo e na íntegra abaixo

"Boa noite companheiras e companheiros, eu sou Flavia Valle, professora da rede pública de Minas Gerais e dirigente do MRT. Quero saudar a todas e todos que estão nessa plenária de debate das tarefas e a perspectiva do Polo Socialista e Revolucionário.

Presto toda solidariedade à população de Petrópolis frente a mais uma tragédia capitalista. E faço uma saudação à luta dos rodoviários do Maranhão, que chegou a ter decretada prisão de dirigentes sindicais. O que é inadmissível e precisamos cercá-los de solidariedade, assim como aos professores que estão em luta em vários estados. Unamos nossas forças em cada luta que surja para não deixar nenhuma isolada!

Bem, a gente tá num cenário internacional marcado pela crise econômica, pandemia, instabilidades e conflitos geopolíticos, como agora é o caso da Ucrânia, em que é preciso rechaçar a beligerância dos EUA e da OTAN. Mas também precisamos lutar pela imediata retirada das tropas russas e de toda a ingerência do nacionalismo reacionário do Putin, porque sabemos que a autonomia ucraniana só pode vir com a luta por uma Ucrânia independente, operária e socialista, que é o que levantamos em nossa contribuição programática ao Polo.

Acreditamos que o Polo Socialista e Revolucionário tem que se posicionar dessa maneira e com independência de classe em questões internacionais cruciais como essa.

Essas tensões internacionais também dão lugar a processos de luta de classes e tendências à polarização social. Além disso, na América Latina, depois de um ciclo de governos de direita e extrema direita, vimos vitórias eleitorais de governos ditos progressistas. Mas que não significam uma derrota efetiva da extrema direita para além das eleições e nem da agenda econômica contra os trabalhadores.

São questões que nos ajudam a pensar o Brasil. Frente a um combate que é decisivo contra esse governo ultra reacionário de Bolsonaro e Mourão e a extrema direita, com sua submissão ainda maior ao imperialismo, temos que ter claro duas coisas.

A primeira: é que estes setores seguirão fortes no país independente do resultado eleitoral. A segunda: é que é um grande erro aceitar que toda a insatisfação e potencial de luta contra os reacionários, os ataques e a ampla miséria social que vive o país, seja canalizada para as eleições e na candidatura de Lula. Que vem aliado com empresários e golpistas como Alckmin, alimentando a ilusão de que isso possa resolver os problemas estruturais do país. Somente a força da mobilização dos trabalhadores junto às mulheres, jovens, negros, LGBT´s e indígenas pode derrotar a extrema-direita.

Essa batalha por uma política independente do PT é fundamental porque Lula se prepara pra administrar a obra econômica do golpe institucional, não vai revogar os ataques, quer normalizar o regime político brasileiro com grande peso dos militares, com o STF e parlamento golpistas. Nossa luta tem que ser contra Bolsonaro, Mourão e o conjunto das instituições desse regime, mas contra essa política de conciliação com a direita tradicional e os golpistas.

O PSOL passa por uma enorme crise com a política da maioria de diluir-se no lulismo. Votou inclusive se integrar na coordenação de campanha de Lula e fazer uma Federação com a Rede. Nós consideramos fundamental reagrupar os setores da vanguarda de esquerda revolucionária frente essa situação, por isso viemos tendo várias iniciativas e estamos construindo o Polo que tem que se firmar como uma grande alternativa de independência de classe com um programa para que os capitalistas paguem pela crise!

Devemos construir o Polo atuando junto com a CSP Conlutas nos processos de luta de classes, buscando uma unidade prática com outros setores da esquerda por fora do Polo inclusive, apoiando fortemente cada luta que surja no país, exigindo que as grandes direções majoritárias como a CUT e a CTB convoquem planos de luta nacionalmente.

Pra que o Polo avance como alternativa, companheiras e companheiros, é preciso um combate frontal às burocracias sindicais, com políticas de exigências e denúncias, e construindo no movimento operário correntes anti-burocráticas em base à luta pela auto-organização.

Para nós são importantes os debates que estão se abrindo de programa no Polo e que estes venham permitir a participação do Polo também nas eleições com um programa de independência de classe.

Neste sentido, nós do MRT tomamos como exemplo a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores na Argentina que tem um programa comum unindo várias forças da esquerda revolucionária, defendendo a independência de classes e um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

Nossa organização irmã argentina, o PTS, atua junto com outros setores da esquerda, sabendo trabalhar em comum apesar das diferenças, conectado com a batalha por construir um partido revolucionário internacionalista, que é o desafio que nós do MRT também nos colocamos.

Essas são algumas das ideias que propomos para o Polo Socialista e Revolucionário se fortalecer como alternativa na esquerda.

Convido todas e todos a ler nossa contribuição do MRT a esse debate programático na plataforma do Pólo.

Obrigada!"




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