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REPRESSÃO RIO DE JANEIRO | Polícia usa bala de plástico duro perfurante em ato da ALERJ

Ronaldo FilhoProfessor da rede estadual do RJ

quinta-feira 9 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Foto: Pablo Henrique

O ato de hoje,9, na ALERJ escreveu mais um capítulo da crescente repressão do governo do Rio contra trabalhadores e estudantes que lutam para impedir a aprovação do “pacote de maldades” e da venda da CEDAE. Porém hoje a ação da polícia foi ainda mais violenta que nos últimos dias.

Dentre os vários feridos está o estudante Carlos Henrique Senna, de 18 anos, que foi socorrido e levado ao hospital Souza Aguiar com uma lesão grave no abdome.

Segundo os médicos ele foi atingido por um tiro de uma bala diferente da qual os servidores estão “acostumados”. Agora a noite David Gomes, estudante da UERJ que acompanhou de perto o caso de Carlos informou que “a cirurgia acabou e mesmo depois da bala que foi identificada como de PLASTICO DURO PERFURANTE ter perfurado o fígado e o intestino e com hemorragia interna que foi rapidamente controlada não houveram sequelas e Carlos ficará dois dias em observação e será liberado”. Um alívio para família e amigos do rapaz.

Porém, o episódio deixa claro a escalada de violência do governo na tentativa de garantir a venda da CEDAE e suas medidas de austeridade contra os servidores e a população pobre do Rio para faze-los pagar pela crise. A intenção da policia ao usar uma munição deste tipo não pode ser outra a não ser de causar ferimento graves ou aleijar algum manifestante, com a intenção de deixar exemplos para qualquer um que se levante contra essa opressão.

A munição mais comum usada pela polícia é a bala de borracha ou elastômero, que pode ter vários formatos e calibres. Vale lembrar que a bala de borracha foi uma criação das forças britânicas durante o processo de repressão de protestos pela independência da Irlanda do Norte, na década de 70. Surgiram como instrumento do capitalismo imperialista para manter seu poder. Elas fazem parte do conjunto de munições chamadas de “menos letais” também conhecidas como antimotim e a bala que atingiu Carlos é um tipo pouco usado devido a ter um grande potencial de letalidade, principalmente se usada fora das normas do fabricante. Existe várias especificações para seu uso que os policiais sempre ignoram, como atirar a uma distância mínima e abaixo da cintura. A que atingiu Carlos deveria ser usada a pelo menos 20 metros de distância, da cintura pra baixo.

Podemos dizer que Carlos teve uma certa sorte, pois o resultado da ação truculenta de hoje poderia ter sido bem diferente. O desdém deste governo com a vida das pessoas ultrapassou todos os limites e ainda assim, durante toda a cobertura feita pela globo e rede record, a única coisa que se falava era sobre policiais feridos e lojas e bancos quebrados. É fundamental que esta ação da polícia, que beirou uma tentativa de assassinato, ocorrida hoje seja denunciada aos trabalhadores e para a população para sabermos exatamente o que nos espera nos próximos momentos desta luta que ainda não terminou.

Perceber que a função desta polícia é defender os planos dos capitalistas e que Pezão e Picciani tem neles o principal instrumento para traumatizar, intimidar e reprimir qualquer trabalhador ou jovem que queira lutar pelo direito a agua, ou a educação.

Os recentes motins da polícia, a comoção midiática pela morte de PMs no Rio, ignorando o elevado número de jovens mortos nas favelas só este ano, todos vítimas de uma guerra que é o resultado de uma política capitalista antidrogas e as reivindicações por melhores condições de trabalho só servirá para melhorar os armamentos para reprimir quem luta pelo direito à água e pela educação.




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