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Ciclone no Sul da Bahia | "Plano de emergência já para atender as vítimas das enchentes na Bahia", diz Pablito

A situação causada pelo ciclone e a irracionalidade capitalista no sul da Bahia e norte de Minas Gerais é estarrecedora. Conversamos com Marcello Pablito, dirigente do MRT e trabalhador da USP, sobre a necessidade de um plano de emergência para atender as vítimas dos alagamentos.

segunda-feira 13 de dezembro de 2021 | Edição do dia

“A situação na Bahia é estarrecedora e um retrato da tragédia ambiental imposta pelos capitalistas. Vemos nos jornais que o informe mais recente da Sudec são registros oficiais de 10 mortes e 267 feridos. E esse número ainda pode crescer. Além disso, mais de 6 mil pessoas estão desabrigadas, mais de 15 mil desalojadas. Mais de 220 mil pessoas foram atingidas e 51 cidades decretaram situação de emergência na Bahia.

Bolsonaro ainda usou essa situação de calamidade pra vociferar negacionismo sobre a pandemia. Disse que esses fenômenos naturais "acontecem", e que "também tivemos uma catástrofe no ano passado, quando muitos governadores, e o pessoal da Bahia, fecharam todo o comércio e obrigaram o povo a ficar em casa". E as mais de 600 mil mortes por covid? Nojento. Esse negacionismo também está presente na questão ambiental. Afinal, é Bolsonaro que lidera os negacionistas ambientais, para beneficiar os empresários do agronegócio, menosprezando as queimadas na Amazônia e no Pantanal, que podem ter causado ou piorado essa situação que baianos e mineiros estão enfrentando agora com as enchentes.

É mais que necessário um plano de emergência para enfrentar essa situação. Medidas como brigadas de trabalhadores para resgate e socorro emergencial dos afetados; socializar as moradias desocupadas, reconstruir as destruídas, aprimorar as existentes, socializar hotéis para construção de abrigos. Aliado a isso, colocar de pé um plano de obras públicas para reconstrução e prevenção das áreas afetadas e as que sofrem possibilidade de inundação. Uma medida dessa ainda geraria empregos para a situação do desemprego que enfrentamos porque os capitalistas descarregam a crise que é deles nas nossas costas. E esse plano tem que ser gestionado pelos trabalhadores e com o controle da população.

E para aprofundar as medidas, é necessário a gente, os trabalhadores, os jovens, os setores oprimidos, se organizar contra a irracionalidade ambiental do capitalismo, que tem sua cara mais nefasta em Bolsonaro, o Ministério do Meio Ambiente, Guedes, Congresso e o agronegócio. Assim como o STF, que ataca as terras indígenas, beneficiando não só o agronegócio, mas o garimpo também. Para isso, é necessário lembrar que essa luta tem que superar o PT, porque foi durante os 13 anos de governos do PT que se fortaleceu o agronegócio e não podemos esquecer que essa calamidade capitalista acontece no governo estadual de Rui Costa na Bahia. Inclusive todas essas medidas de emergência é uma exigência ao governo da Bahia, assim como do Estado brasileiro, que liberem todos os subsídios necessários para atender os afetados e os que possam ainda ser afetados. E confiscar os bens e as fortunas dos empresários e do agronegócio que roubam os recursos das nossas florestas em prol de seus lucros.

As massas trabalhadoras e pobres não podem estar sozinhas. A intelectualidade tem um enorme papel a cumprir na recuperação em uma perspectiva pró-operária e popular. Para exercer esse papel, é preciso romper com o currículo tradicional, construído para esvaziar mentes, corações e encher os ricos de patentes. Os economistas, arquitetos, assistentes sociais, médicos, enfermeiros, contabilistas, bibliotecários, arquivologistas, jornalistas, devem ser convocados a colocar seu conhecimento a serviço de construir e disseminar esse plano de emergência, contribuindo para seu sucesso e para a melhoria da qualidade de vida das massas trabalhadoras e pobres”.

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