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PINK FLOYD E A EXTREMA-DIREITA | Pink Floyd e o viralatismo arrogante da extrema direita

Ontem à noite ocorreu outro show de Roger Waters em São Paulo. Mais uma vez, o baixista do Pink Floyd, deixa claro seu desprezo por Bolsonaro e a extrema-direita. Dessa vez, provocando o autoritarismo daqueles que criticaram seus protestos à Bolsonaro. Na lista de neofascistas do mundo, no Brasil estava escrito "ponto de vista censurado". Logo em seguida, o nome do ex-capitão apareceu.

Mateus CastorCientista Social (USP), professor e estudante de História

quinta-feira 11 de outubro de 2018 | Edição do dia

A extrema direita tupiniquim, à imagem e semelhança dos integralistas no início do século XX, detém a exemplar capacidade de defender o ridículo. Há um setor da militância bolsonarista que servem como ótimo exemplos do que seria a definição de tragicômico.

Se a extrema direita latina no século passado defendeu regimes fascistas na Europa, negados como inferiores pelos seus próprios exemplos, hoje ela surpreende e nos causa ódio e risos com sua ignorância.

400 reais, eis o preço dos ingressos do Show do baixista do Pink Floid. Grande parte de seu público da tal da “classe média alta” teve e tem a capacidade de ter tido aulas de história e inglês nas escolas, mas parece que faltaram ou dormiram na mesa.

A síndrome do viralatismo dessa suposta “elite”, que continua sendo subalterna a burguesia mesmo achando-se a fonte da moral e bons costumes, se expressa na sua capacidade de ir num show de um cantor e baixista historicamente de esquerda e ativista, tanto pelas suas músicas como pelas suas demonstrações nos shows e declarações de repúdio à Trump, e tratarem com surpresa e desprezo aquilo que seria óbvio: o baixista seguindo a tradição do Pink Floyd, odeia Bolsonaro. É chocante, mas historicamente compreensível.

Não estão nesses shows por causa do legítimo gosto musical e sim para tentarem sentir-se aquilo que não são: uma grande e poderosa elite. Ainda bem, tanto quanto no primeiro show, o reacionarismo não ficou sem reação dentro da própria plateia, um alívio.

Entre gritos de “mito”, contra o PT e em chacota de Lula, respondia-se com "Ele não!" e outros gritos de repúdio à Bolsonaro. Rogers, que no primeiro show foi vaiado ao criticar Bolsonaro, nesse provocou ainda mais ira da extrema-direita: numa lista onde indica os “neofascistas” do mundo, como Le Pen da França, no Brasil estava escrito “ponto de vista censurado” e após isso surgia-se o nome de Bolsonaro.

Há informação de que houve brigas nos banheiros, tumultos nas arquibancadas e troca de xingamentos durante todo show. Com o extremo ridículo de bolsonaristas com uma faixa escrito “FUCK YOU ROGER PLAY THE SONG” e tweets de Bolsonaristas falando que Roger não entendia sua própria música. Uma ótima síntese do que pode podemos chamar de tragicômico, mais uma para lista dos exemplos do viralatismo arrogante da extrema direita no Brasil.

Além do ridículo passado no show, a extrema-direita tem uma lista de vergonhas alheias: tentar mostrar à embaixada alemã que nazismo é de esquerda, chamar o filósofo neoliberal Francis Fukuyama de comunista. Porém, não poderíamos esperar algo diferente dos nacionalistas brasileiros que lambem o pé dos EUA e têm como defensor da moral e dos bons costumes - para expor a contradição do ridículo - Alexandre Frota.




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