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CRISE DOS COMBUSTÍVEIS | Pezão age para aumentar lucros de Jacob Barata e cia, trabalhadores pagarão a conta

Pezão anunciou ontem diminuição do ICMS no preço do Diesel como fonte de acordo com o movimento dos caminhoneiros no RJ. Há de se perguntar, em um estado em crise dominado a décadas pela máfia dos ônibus, a quem serve essa medida?

sexta-feira 25 de maio de 2018 | Edição do dia

Pezão anunciou ontem, dia 24, por volta das 21h, um acordo para dar fim a paralisação de caminhoneiros no estado do RJ por pelo menos 48 horas. A proposta do governador é de uma redução no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do diesel de 16% para 12%.

A proposta de Pezão não destoa do que o governo federal vem oferecendo como acordo ao movimento, garantindo maiores subsídios aos patrões e deixando de lado reivindicações fundamentais para os trabalhadores como a mudança no preço da gasolina e do gás de cozinha.

Não à toa, Fernando Cupello, presidente do Sindicato das Empresas do Transportes de Carga do Estado do RJ (Sindicargas), uma organização diretamente patronal das empresas de transporte comemorou a diminuição do imposto em entrevista ao G1: "O imposto era muito alto. Todos os outros estados do sudeste tinham una alíquota menor. Vamos normalizar o abastecimento durante o fim de semana. E esperamos um acordo concreto do governo federal para que os impostos nacionais também diminuam".

A máfia dos transportes que é classe dominante no Rio de Janeiro há gerações se vê em uma enrascada com o desmantelamento da relação que mantinha com o estado na época de ascensão de Cabral e o PMDB. Ela vem impondo ataques perniciosos a população, como aumentos nas passagens de ônibus, o corte e aumento da burocracia para obtenção do bilhete único universitário e isenções fiscais milionárias com a ajuda de Crivella. Isso tudo porém não é suficiente para sua sanha de maiores lucros e o acordo com Pezão através da reivindicação dos caminhoneiros é uma demonstração disso.

Uma revindicação como a diminuição do ICMS no diesel em um estado falido, aonde faltam hospitais, o transporte não funciona e a educação está em crise, só pode ter um beneficiário: os empresários do transporte (que inclui a máfia dos ônibus) e grandes empresários rurais que querem maiores lucros e subsídios para suas empresas. Eles estão empurrando goela abaixo dos trabalhadores uma demanda que não é sua, para obterem uma melhor localização na atual crise que o Rio de Janeiro se encontra.

Para dar uma saída é necessário que os trabalhadores entrem em cena com uma política de independência de classe, como por exemplo, os petroleiros que já possuem uma greve votada a partir de seus locais de trabalho. A CUT e o PT entretanto contribuem pela letargia na categoria que poderia dar uma saída de fundo para a situação, em vista a uma Petrobras 100% estatal sob controle operário. Esse programa é o único que pode anular a alta dos preços da gasolina e do gás de cozinha.




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