A petroleira francesa Total anunciou o fechamento de sua refinaria em Grandpuits, o que implica na demissão de 700 trabalhadores. Os trabalhadores começaram uma greve nesta segunda-feira por tempo indeterminado, após semanas de protestos.
quarta-feira 6 de janeiro de 2021 | Edição do dia
Em 24 de setembro, a petrolífera francesa Total anunciou o encerramento das atividades da refinaria Grandpuits. Apresentou a operação como uma "reconversão verde" da produção, mas que viria acompanhada da demissão de 700 trabalhadores. Contra essa perspectiva os trabalhadores de Grandpuits multiplicaram, desde então, os dias de ação e protestos, e a partir desta segunda-feira aumentaram a pressão iniciando uma greve por tempo indeterminado.
O plano da Total constitui tanto uma mentira antiecológica como um ataque às conquistas dos trabalhadores, além de um desastre social para o distrito de Seine-et-Marne (onde está localizada a refinaria), que terá que enfrentar as consequências de centenas das demissões e a perda de empregos indiretos.
Enquanto a Total continua se recusando a escutar as demandas dos trabalhadores, estes exigem, por meio da CGT, que não haja demissões e também garantias para seu futuro. Reunidos em uma Assembleia Geral, 90% dos trabalhadores em greve começaram a discutir os próximos passos do movimento.
A #Grandpuits, le piquet de grève s'installe pour durer. Les raffineurs s'organisent et décident de leurs revendications.
Une chose est sûre, ils ne laisseront pas #Total toucher à leur outil de travail avant d'obtenir satisfaction 💪🏼🔥Soutenez nous: https://t.co/JYCjL8bjpF pic.twitter.com/I8oNeOVtYP
— Adrien Cornet (@AdrienCornet1) January 4, 2021
O chamado à greve surgiu após a recusa dos trabalhadores em começar o desmantelamento da refinaria sem ter garantias para o seu futuro e sem ter respostas às suas reivindicações. Já no dia 17 de dezembro, a empresa havia tentado impor o esgotamento dos gases e linhas internas das instalações, procedimento essencial para iniciar o desmonte da refinaria. Diante dessa ação da empresa, os trabalhadores declararam a greve e ocuparam os escritórios administrativos para exigir esclarecimentos, razão pela qual a empresa teve que recuar.
A atual greve dá continuidade a essa primeira ação e reafirma a recusa dos trabalhadores em participar do desmantelamento da atividade de refino a serviço do plano antissocial da Total.
Nesse conflito com a gigante Total, a solidariedade deverá ser a mais ampla possível, começando com o apoio das demais refinarias, algumas das quais já se manifestaram, e também contando com as organizações ambientalistas.
Acompanhe a greve dos trabalhadores de Grandpuits através da página do diário Révolution Permanente da França