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PETROBRAS | Petrobras propõe reajuste menor que a inflação em meio a ameaças de privatização

Petrobras propõe reajuste menor que a inflação, depois de ter proposto redução de salário a quem aceitar a redução da jornada e ameaças de privatização. Na empresa símbolo do país o governo Dilma quer impor um símbolo de ataque aos trabalhadores para que seja copiado em outras categorias.

sexta-feira 18 de setembro de 2015 | 00:41

Foto: EDIVIT - sede da Petrobras suspeito de ter sofrido superfaturamento

Em meio à ameaças de greve e com desculpa de reduzir custos, a Petrobras divulgou nesta quinta-feira, 17, proposta de reajuste salarial para o acordo coletivo dos petroleiros. O reajuste proposto é inferior à inflação acumulada em 2015, que em agosto atingiu o patamar de 9,53% no acumulado em 12 meses. De acordo com a proposta, a categoria receberia reajuste de 5,73% no salário básico e igual porcentual na Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR) – um adicional que todos petroleiros recebem e descaracteriza a periculosidade daqueles que trabalham em áreas industriais.

No documento apresentado hoje aos sindicatos e trabalhadores, a companhia propõe também reajuste em outros benefícios da categoria, como vale-refeição, e de adicional de risco na assistência médica. Os reajustes também seguem o porcentual proposto de 5,73%, muitíssimo abaixo da inflação.

Outros benefícios, como auxílio-almoço, adicional de trabalho no Amazonas, gratificação de campo terrestre, foram mantidos nos valores atuais, ou seja, com perdas de quase 10% se considerada a inflação. Também não foram reajustados os valores referentes a benefícios educacionais.

Os porcentuais divulgados hoje completam a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para os próximos dois anos, apresentada há uma semana e que propõe redução da jornada de trabalho e de salários em até 25%. O documento também prevê que o pagamento da hora extra vai ser feito com um adicional de 80% no lugar dos 100% atuais.

A proposta incluiu ainda a criação de um banco de horas de treinamento, que passa a ser limitado a absurdas 10 horas diárias e mais de 100 horas no mês. Não serão considerados "serviço extraordinário", passíveis de compensação por folga ou crédito de horas a bel-prazer das chefias.

Esta nova proposta da Petrobras em meio à fragmentação das negociações subsidiária a subsidiária visa atacar fortemente os petroleiros e fazer os trabalhadores próprios se somarem aos terceirizados que já vinham amargando demissões em massa para pagar o preço da crise da empresa. Não foram os petroleiros terceirizados nem os próprios que roubaram a empresa e agora estão todos tendo que pagar a conta, e não os indicados políticos e a alta administração.

Tudo isto ocorre em meio a ameaças de privatização de plataformas, termelétricas, da BR Distribuidora e da subsidiária de logística, a Transpetro.




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