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COVID-19 | Pessoas em situação de rua exigem medidas de Covas contra a pandemia

Nesta última terça-feira (7), algumas pessoas em situação de rua em São Paulo acamparam diante da Prefeitura paulistana para cobrar do prefeito Bruno Covas (PSDB) medidas realmente efetivas de proteção para essa população meio à pandemia de Covid-19.

quarta-feira 8 de julho de 2020 | Edição do dia

Entre as reivindicações dos acampados está o fim da retirada dos pertences das pessoas que estão em situação de rua, como cobertores e barracas, a garantia de isolamento social e serviço de saúde, assim como a permanência da alimentação gratuita, dos banheiros e chuveiros que estão disponíveis na cidade para depois da crise sanitária.

Também pleiteiam melhores condições dos abrigos públicos, que já eram insuficientes nos períodos de inverno e estão lotados com a pandemia. Estes se encontram muitas vezes em condições insalubres, sem material de higienização, pouca ventilação e pouco espaço entre as camas, favorecendo as transmissão do Covid-19, que já contabiliza 28 mortes dentro dos abrigos. A situação já era escandalosa, com casos de transmissão de outras doenças, como tuberculose, além dos casos de repressão e falta de segurança dentro desses espaços.

O número da população que vive em situação de rua vem aumentando nos últimos anos com a crise econômica e se acentua ainda mais com a crise sanitária. De acordo com o senso da prefeitura, esse crescimento foi de 53%, chegando a mais de 24 mil pessoas em situação de rua em 2019, dados esses que são questionados pelos movimentos sociais já que esse número já passava de 33 mil em dezembro do mesmo ano. A prefeitura anunciou, em abril, medidas como vagas de hotéis durante a pandemia, que ficariam a custo dos cofres públicos, mas que já há meses não são disponibilizados, segundo o Movimento Estadual da População em Situação de Rua.

Com o desemprego, a especulação imobiliária e a falta de assistência dos governos e, com um auxílio emergencial totalmente insuficiente, a rua se torna a única alternativa para muitas pessoas. É nesse cenário que a primeira dama de São Paulo, Bia Dória, esbanja seu preconceito e hipocrisia ao dizer que a doação de marmitas para pessoas em situação de rua na realidade faz com que elas "queiram permanecer lá". que elas "gostam", que "a rua é um atrativo" e recomenda que "morar nas ruas são seja incentivado".

Isso é expressão que não só Bolsonaro, que com sua política negacionista demonstra o seu descaso a população negra e pobre mais atingido pela crise, mas também os setores que dizem fazer oposição a ele como Covas, em nível municipal, e Dória, a nível estadual, rezam da mesma cartilha. A política de reabertura da economia, enquanto os casos de contaminação no Estado batem recordes, demonstra que não temos que confiar em nenhum desses setores, mas sim naqueles que fazem as coisas e não aparecem, os trabalhadores. É preciso construir uma forte unidade entre os trabalhadores e todos os oprimidos para botar fora Bolsonaro e Mourão, bem como combater todos os políticos e poderes sem voto, como o STF, que querem descarregar a crise em nossas costas.




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