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#LiberdadeparaGalo | Perseguição política contra Galo é operada por descendentes de bandeirantes em SP

Paulo Lima, mais conhecido como Galo, vem sofrendo perseguição política por parte do Estado de SP em virtude do ato político em que incendiaram a estátua do bandeirante Borba Gato na Zona Sul em protesto contra esse símbolo do genocídio indígena e da escravidão. Seus persecutores, não por acaso são descendentes de bandeirantes e de famílias de latifundiários e escravistas.

sexta-feira 6 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Reprodução/ATS

Galo foi preso no dia 28 em decorrência do incêndio da estátua do bandeirante Borba Gato na zona sul de São Paulo no dia 24 de julho, dia em que aconteceram centenas de atos por todo o país contra o governo Bolsonaro. O ato político, incentivado pela derrubada de estátuas de racistas em diversas partes do mundo durante as manifestações do Black Lives Matter, era um desejo de grande parte da juventude e dos trabalhadores que, se questionam há muito tempo dos diversos símbolos e homenagens a militares, torturadores, racistas e escravagistas, seja em forma de estátuas ou nomes de viadutos, praças e avenidas.

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O líder dos Entregadores Antifascistas, mesmo com Habeas Corpus expedido pelo STJ no dia 05 de agosto, não conquistou sua liberdade pois a juíza Gabriela Bertoli não expediu sua soltura e o manteve preso. No dia de hoje, a justiça de São Paulo decretou novamente sua prisão e de mais três supostos integrantes da ação política contra a estátua do bandeirante. Esses símbolos da dominação da elite sobre os povos oprimidos, são muito mais do que memórias de um passado distante, mas representam a presença viva da ideologia racista e exploradora da elite do país, elite essa em sua maioria descendente de bandeirantes, latifundiários e escravistas que ergueram suas fortunas sob o sangue e o suor de negros e indígenas.

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De acordo com o professor Ricardo Costa de Oliveira da Universidade Federal do Paraná (UFPR) “A questão das estátuas é uma questão da própria representatividade e da autoimagem da formação da classe dominante. Então quando alguém faz o protesto contra uma estátua de bandeirante, as elites sabem que se está questionando o latifúndio histórico no Brasil”.

Essa relação fica evidente por exemplo, no fato do titular da Secretaria Estadual de Segurança Pública, órgão responsável pela atuação da polícia civil de SP que investiga Galo, ser chefiada pelo general da reserva João Camilo Pires de Campos, que é descendente da família Pires e Camargo que por via de uma batalha sangrenta conquistou o controle político da vila de São Paulo entre os anos 1640 e 1660.

“Há pesquisas que mostram que quase todos os oficiais generais são herdeiros de famílias militares, que sempre estiveram nos mais altos postos”, comenta Ricardo Costa.

O professor ainda aponta o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo como outro descendente de família de bandeirantes. Geraldo Francisco Pinheiro Franco, é filho de Nelson Pinheiro Franco que presidiu o mesmo tribunal na década de 80. Ricardo Costa afirma ser comum na história da elite brasielira a hereditariedade em cargos e afirma que a classe dominante se utiliza dessas posições para defender seus interesses contra as classe exploradas: “Quase todos são de famílias de elite, têm uma visão de mundo político extremamente conservadora e utilizam o direito penal como instrumento de guerra contra trabalhadores rurais, negros, indígenas, favelizados”.

A descendência do chefe do executivo paulista, João Dória, é gráfica desse tipo de relação entre as classes exploradoras de ontem e de hoje. João Agripino da Costa Doria Junior, é filho de João Agripino da Costa Doria Neto, empresário e político, é herdeiro de uma importante família de senhores de Engenho da Bahia, que ergueu sua riqueza com a força de trabalho de milhares de escravos. Já sua mãe, Maria Sylvia Vieira de Moraes Dias é descendente de bandeirantes.

A descendência escravocrata e bandeirante da elite Brasileira denota claramente o quão sujas de sangue negro e indígena estão as mãos da burguesia de hoje, que acumulou vultuosas riquezas com o trabalho roubado na ponta da chibata. Essa elite hoje se beneficia do racismo assim como do machismo e da homofobia, para super explorar esses setores sociais oprimidos e assim maximizar seus lucros e como consequência, rebaixar os salários e as condições de vida do restante da classe trabalhadora.

Se o racismo surgiu como subproduto do capitalismo que precisava, em sua fase pré-industrial, de mão de obra mais barata possível para seu acúmulo primitivo de riquezas, será das mãos das negras e negros na linha de frente que virá a queda desse sistema de exploração e, junto dele o racismo.

Com informação da Rede Brasil de fato

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