Depois de um tempo longe da Esplanada pequeno grupo de bolsonaristas fez uma manifestação em Brasília em apoio ao presidente; Bolsonaro, isolado pelo coronavírus e odiado pelas emas que ele mesmo alimenta, não compareceu.
domingo 19 de julho de 2020 | Edição do dia
Foto - Gustavo Uribe/ Folhapress
Na manhã deste domingo (19/07), mais uma vez foi tocado o berrante na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Um pequeno grupo de bolsonaristas fez uma manifestação. Ainda isolado no Palácio da Alvorada devido ao coronavírus, o presidente não apareceu. Deputados bolsonaristas, como a Major Fabiana (PSL-RJ) e Daniel Freitas (PSL-SC), estiveram presentes.
O diminuto grupo, onde alguns nem sequer usavam máscaras, tinha forte peso de cristãos. Se vestindo com bandeiras do Brasil e, levantando faixas onde diziam defender a democracia e se opor a ditadura, eles criticavam o Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo o impeachment de seus ministros, e também de governadores como João Dória (SP), Wilson Witzel (RJ) e Ronaldo Caiado (GO).
Membros da Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro tenta fundar, estiveram presentes coletando assinaturas. O partido não estará presente nas eleições municipais de 2020 pois conseguiu coletar apenas 15721 assinaturas das cerca de 492 mil necessárias para ser legalizado pelo TSE, ou cerca de 3,2% do total. Para o azar de Bolsonaro, seus robôs do Twitter não podem assinar as fichas de seu partido.
O fato de o judiciário, em sua disputa com Bolsonaro, atrapalhá-lo em sua empreitada de construir seu próprio partido, não altera em nada o caráter profundamente antidemocrático da lei eleitoral brasileira.
Os manifestantes também fizeram orações pela saúde de Bolsonaro e carregaram cruzes em referência aos estados brasileiros.
Infelizmente, nenhuma ema estava na manifestação.
Um ponto importante a ser notado nos atos bolsonaristas, por todo o país e em Brasília em especial, é que, apesar de nunca terem sido muito grandes, eles diminuíram de tamanho consideravelmente após os atos antifascistas e anti-racistas no Brasil e também após as manifestações nos Estados Unidos.
Ao invés do que diziam certos setores de que, ao irmos às ruas, iríamos fortalecer Bolsonaro, o que se vê hoje aos finais de semana é que, mesmo que os atos antifas tenham sido enfraquecidos pela própria burocracia sindical que não os construiu, como CUT e CTB, os bolsonaristas saem às ruas timidamente, com o rabinho entre as pernas. A própria burguesia brasileira, e seus representantes, viram, nos Estados Unidos, qual é o poder da classe trabalhadora, e se assustaram com isso.