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CAMINHONEIROS | “Pelotão” de caminhoneiros exige que Exército tome o poder

Em vídeo, movimento reacionário de caminhoneiros bate na porta da 3ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada, no Rio Grande do Sul, pedindo que “entrem na guerra” e tomem “medidas cabíveis” contra o governo.

segunda-feira 28 de maio de 2018 | Edição do dia

Foto: Francileno Góis

O movimento de caminhoneiros que entra em seu 7º dia de bloqueio de estradas, vem se demonstrado cada vez mais distante de demandas populares. Pelo contrário, o que tem sido expresso em inúmeros vídeos, divulgados amplamente nas redes, são caminhoneiros recebendo de braços abertos os militares enviados por Temer para acabar com seus bloqueios, faixas pedindo intervenção militar e passeatas com esse mesmo conteúdo arqui-reacionário.

A decisão de Temer, com aval do Judiciário e da grande mídia, de usar da GLO (Garantia de Lei e da Ordem) para acabar liberar estradas é uma medida completamente repudiável. Abre precedente para que os golpistas se utilizem das forças armadas contra greves e paralisações nacionais, tal como fez na marcha em Brasília contra a Reforma Trabalhista no ano passado e mais recentemente para reprimir os negros e pobres nos morros do Rio de Janeiro.

No entanto, o movimento de caminhoneiros se distingue profundamente de momentos em que os trabalhadores se insurgem contra o governo com métodos radicalizados por demandas que estão a serviço da população, como é a luta contra a Reforma Trabalhista. Os caminhoneiros seguiram os bloqueios das estradas para arrancar maiores subsídios dos estados para baratear o diesel, retirando impostos que a rigor devem ser destinados ao seguro-desemprego e à saúde da população.

Não bastassem as passeatas pedindo intervenção militar, os caminhoneiros gravaram um vídeo em que se apresentam como um “pelotão” a serviço do Exército brasileiro, exigindo que “entrem em guerra” e tomem as "medidas cabíveis" contra o governo. Não precisam de outras palavras para deixar explícito que querem que as Forças Armadas derrubem o governo e não a classe trabalhadora ligada aos interesses da população. Veja o vídeo.

Em nenhum momento colocaram a mesa demandas trabalhistas ou a exigência de reduzir o preço da gasolina e do gás de cozinha. Não o fizeram porque significaria pôr em cheque a privatização da Petrobrás, possível apenas com preços de ouro para os combustíveis, que para este movimento significa combater a corrupção da empresa.

Longe da verdade, apenas com uma Petrobrás 100% estatal gerida pelos petroleiros e controlada pela população é que seria possível se enfrentar com o imperialismo e sua exigência de altos preços dos combustíveis, agraciados por uma burocracia estatal corrupta desde o governo FHC, passando pelos do PT e agora com Pedro Parente a frente.

O PT, que através da CUT-FUP convocou os petroleiros a uma “greve de advertência” por 72h a partir do dia 30, e em apoio aos caminhoneiros, cumpre um papel traidor ao atrasar deliberadamenre essa greve e por todo um ano traindo greves gerais, abrindo caminho à direita. Agora atua sem se delimitsr, buscando oferecer um programa que também subsidiria os empresarios dos transpoetes e assim confunde os trabalhadores e impede que eles se separem desse movimento reacionário em curso, com uma política e programa independentes da patronal e que respondam de fato à crise dos combustíveis para assim a classe trabalhadora entrar em cena.

Confira também o vídeo do Movimento Fora Temer, junto ao “Direita SP” em apoio à greve de caminhoneiros. Aos 6:35, Chorão, caminhoneiro filiado ao Podemos de Álvaro Dias, parabeniza as Forças Armadas e as forças policiais pela sua atuação.




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