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DITADURA MILITAR | Contra os militares, Mourão e Bolsonaro, resgatar o legado dos que lutaram contra a ditadura

O vice-presidente da república, comemorou o golpe de 64 e a atuação das forças armadas desde a ditadura até os dias de hoje, cinicamente tentando se diferenciar, um pouco, de Bolsonaro. Declaração do general demonstra que as marcas de sangue da ditadura ainda não foram derrotadas.

Calvin de OliveiraEstudante de Geografia da UFF - Niterói

terça-feira 6 de abril de 2021 | Edição do dia

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“Deixamos para trás um regime que não mais atendia às aspirações da cidadania, uma República calcada na fraude eleitoral, um federalismo de oligarquias e seguidas revoltas, revoluções, autoritarismos e ditadura que envolveram os militares. Goste-se ou não, foi o regime instalado em 1964 que fortaleceu a representação política pela legislação eleitoral, que deu coerência à União e afastou os militares da política, legando ao atual regime, inaugurado em 1985 e escoimado de instrumentos de exceção, uma República federativa à altura do Brasil.” Essas foram as palavras que separo para marcar o texto de Hamilton Mourão para o Estadão no dia de hoje(6).

O general, com total apoio da grande imprensa, como mostra texto publicado pelo Estadão e nenhum rechaço por esses setores da comemoração de 64 feita pelos militares, expõe a falsa narrativa militar da “revolução de 64” onde trariam democracia e ordem para um país desordenado. Nada fala das extensas lutas que ocorreram naqueles anos, como os organismos das Ligas Camponesas, nem do processo revolucionário aberto em 61 - traído pelo PCB.

Toda essa falsa narrativa é reforçada por outros setores regime, cada um a seu jeito. Nenhum se opõe a Lei de Segurança Nacional, se calam sobre as comemorações, como já negaram o uso da palavra “ditadura militar” - Folha, ou prestam seu apoio à Bolsonaro - Centrão.

Resgatando a memória de 64, como se as Forças Armadas não estivessem envolvidas até o último fio de cabelo em escândalos de corrupção desde os dias ontem até hoje. Mourão tenta limpar a cara do Exército por apoiar um governo que não veio pra limpar a corrupção, na verdade compra mansão de 6 milhões sem falar da onde veio o dinheiro. Daí, a importância dessa “carta”.

Vice de Bolsonaro, frente a crise dos ministérios e com as forças armadas enfiadas no governo, tenta de alguma forma, desvencilhar a imagem das Forças Armadas como um apoio a Bolsonaro como sendo parte do governo e não como mais uma instituição de Estado. Reafirma o anos de autoritarismo de ontem, com a morte de lutadores, negros, indígenas e lgbts, para manter os de hoje com o regime do golpe.

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É com essas declarações que Mourão agrada a sua base bolsonarista, adoradora do regime empresarial-militar, e mantém a Lei de Segurança Nacional, herança escancarada da ditadura, para “defender a cidadania” militar contra opositores e todos que se opõem a esse regime do golpe.




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