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GREVE CEMIG | Pela Cemig 100% pública, sob gestão de trabalhadores e controle popular! Todo apoio à greve

Trabalhadores da CEMIG estão em uma greve que iniciou no dia 29 de novembro. Trabalhadores eletricitários lutam por suas demandas no acordo coletivo e contra a privatização da empresa, que se efetivada levaria a piora do serviço e mais aumento na conta de luz. Junto aos trabalhadores, exigimos o atendimento de todas as reivindicações dos trabalhadores. E lutamos por uma Cemig 100% pública sob gestão de seus trabalhadores e controle popular.

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

sábado 11 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Os trabalhadores enfrentam a intransigência da direção da empresa e mostram que apenas pela força da mobilização é possível conquistar suas demandas. Hoje completam 14 dias de greve. No primeiro dia, movimentos sociais ocuparam a sede da Cemig em Belo Horizonte. Atos de rua foram organizados com o fechamento de vias públicas e dialogando com a população, como no dia 30 de novembro em Belo Horizonte. A greve ganhou apoio de sindicatos, movimentos sociais, parlamentares e de figuras como Guilherme Boulos. Trabalhadores também fizeram ações nas portarias da Cemig na grande BH e em regiões como Triângulo, Vale do Aço, Norte de Minas, um ato em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais no 11º dia da greve. E na sexta (12) várias ações foram feitas novamente nas portarias da empresa. A palavra de ordem da greve é pelo atendimento das demandas do Acordo Coletivo e contra a privatização com o slogan “Esse Trem é Nosso”.

A tentativa de venda da Cemig é um sonho antigo de setores do empresariado mineiro que encontram em Romeu Zema e no reacionário governo de Bolsonaro e Mourão pontos de apoio para avançar contra direitos de trabalhadores e da população de Minas Gerais. Não é segredo que altos executivos da empresa estão dando passos consistentes nesse sentido. Como já afirmou o presidente do Conselho de Administração da Companhia, Márcio Utsch, “está muito clara a nossa diretriz, que é privatizar. Estamos totalmente alinhados com o governo Zema”, disse ele em encontro anual com mercado de capitais em abril desse ano. E Romeu Zema quer reduzir o papel de uma empresa estratégica de distribuição de energia a uma corporação gerida pelos interesses do lucro: "Minha visão sobre a Cemig é que ela venha a ser uma corporação e que o Estado seja um mero acionista, igual aos demais", afirmou Zema.

Os argumentos são os de sempre: uma empresa privatizada supostamente teria uma operação melhor, abrira espaço para modernização e facilitaria investimentos. Mas as principais empresas distribuidoras de energia elétrica no país apresentaram lucros bilionários em meio à pandemia. Por exemplo o grupo Energisa obteve lucro líquido de R$ 873,3 milhões no primeiro trimestre desse ano: um crescimento maior que 50% em comparação com o mesmo período no ano passado. A CPFL Energia obteve lucro líquido de R$ 961 milhões. E nada disso serviu para atender às demandas da população que paga tarifas altíssimas de luz em todo país e ainda sofre com cortes de energia, principalmente em bairros populares.

Trata-se, portanto, da repetição de argumentos liberais que esconde os altos índices de acidentes de trabalho, sobretudo entre trabalhadores terceirizados da empresa, o avanço da terceirização, os ataques a direitos de servidores efetivos e o altíssimo preço da conta de luz que as famílias pagam em Minas em Gerais. Tudo como consequência da privatização em todo setor energético pelo país e da corrida de capitalistas por suas ganâncias.

É uma verdadeira afronta altos executivos da empresa e o governo Zema pressionarem a favor da venda da empresa. Em recente CPI da Cemig na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, são dezenas de denúncias investigadas como privilégios de seus executivos, contratos sem licitação, favorecimento de empresas e pessoas próximas ao governador ou ao partido do governador mineiro (NOVO), serviço de espionagem. As denúncias envolvem valores como R$ 156 mil reais de um coaching para o próprio presidente da Cemig; 1,185 bilhão gastos em 34 contratos sem licitação, privilégios da diretoria da empresa de terem almoço no valor de 350 reais por pessoa!

A realidade é que a privatização da Cemig veio avançando a passos largos, sobretudo com a terceirização, projeto que já vinha desde os governos tucanos no estado com Aécio Neves e Anastasia, passando pelo governo petista de Fernando Pimentel. Projeto que agora é ainda mais feroz com o governo Zema no estado e o governo Bolsonaro e Mourão a nível federal. Não é de hoje que a Cemig tem altos índices de acidentes de trabalho e acidentes fatais sobretudo entre terceirizados. Enquanto os executivos da empresa fazem seus banquetes gastando 350 reais por pessoas num almoço, o sindicato já havia denunciado que com o vale refeição recebido atualmente os trabalhadores não é possível cobrir a alta dos preços e os trabalhadores pula o lanche pra pagar o jantar.

Para acabar com todos esses privilégios de altos executivos da empresa, com as altas tarifas de luz que a população já não tem como pagar em meio à crise, com o favorecimento de empresários e capitalistas próximos ao governo em exercício (seja Zema ou os que o precederam), com os altos índices de acidente de trabalho sobretudo nas empresas terceirizadas da Cemig, lutamos por uma Cemig 100% pública e sob gestão de seus trabalhadores e controle popular.

Não será confiando em pressão da Assembleia Legislativa sobre o governo ou em cobrança dos resultados da CPI que os ataques vão parar. Já vimos como essa estratégia levou à aprovação de muitos ataques em Minas Gerais nos últimos meses, como exemplo a Reforma da Previdência no Estado. A greve mostra que é a força de trabalhadores junto com a população que pode barrar os ataques e a privatização. A greve dos trabalhadores da Cemig tem que seguir coberta de solidariedade e a CUT tem que chamar um plano de lutas imediato, com paralisações unificadas do funcionalismo no estado, para não deixar a greve de eletricitários isolada e fortalecer trabalhadores, a juventude e movimentos sociais contra os ataques do governo Romeu Zema.

Todo apoio à greve de trabalhadores da Cemig! Atendimento já das reivindicações dos trabalhadores no Acordo Coletivo! Não à privatização da Cemig!




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