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Paulo Guedes afirma: “é preciso vender logo a p**** do BB”, em vídeo de reunião ministerial

Mais um episódio do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, citado no depoimento de Moro à Polícia Federal, pode ter a sua divulgação autorizada por Celso de Mello. Agora, quem protagoniza é Paulo Guedes, que afirma que é preciso “vender logo a p**** do BB”, conforme informação divulgada em O Globo; por Bela Megale.

sábado 16 de maio de 2020 | Edição do dia

Como um privatista de longa data, Paulo Guedes, nesse vídeo, em plena pandemia, sugere que a venda do Banco do Brasil tem que ser a primeira, “puxar a fila”, para atingir as outras organizações financeiras, que, segundo ele, apesar de o governo oferecer financiamento, não estão chegando às empresas, ou seja, não estão aumentando suficientemente o lucro dos patrões.

E mais interessante ainda é a coletiva de imprensa ministerial de ontem, 15 de maio, em que não perde a oportunidade de atacar os funcionários públicos. Fez questão de citar o PLP 39/2020, que veta novas contratações e o aumento salarial dos funcionários públicos até dezembro de 2021, profere os seguintes comentários: “Medalhas são dadas após a guerra”; e “ Vamos subir em cadáveres para fazer palanque? Vamos subir em cadáveres para arrancar recursos do governo? Isso é inaceitável.”

Ou seja, para o ministro da economia, que quer privatizar a todo custo em plena pandemia a p**** do Banco do Brasil e assim conseguir ajudar ainda mais os empresários (já liberaram mais de 1,2 trilhão no final de março, enquanto só prorrogam a análise e a entrega dos 600 reais à população), ele ainda acha que os salários dos funcionários públicos são medalhas!

Não, não são símbolos condecorativos, salários são a remuneração (muitas vezes bem menores do que o esforço e o trabalho executado) e servem para pagar as contas e para conseguir sobreviver, inclusive porque, muitos desses “soldados”, já que o Ministro adora usar uma linguagem de guerra - trabalhadoras e trabalhadores da saúde e da limpeza pública - que estão na linha de frente, não têm EPIs e, os que ainda têm recursos, acabam comprando os seus, como denunciamos várias vezes como aqui e aqui

O mais intrigante é ele colocar os funcionários públicos como os que estão subindo em cadáveres para fazer palanque, ou mercenários, que só querem arrancar dinheiro do governo, quando os verdadeiros parasitas são os empresários que, além de ganharem dinheiro do governo, estão demitindo seus funcionários ou reduzindo seus salários.

Não será privatizando o Banco do Brasil, ou qualquer bem público que essa crise será gerenciada, só faz com que a população pague por ela. Além dos testes massivos e da liberação do trabalho a todos os pertencentes do grupo de risco, só é possível uma saída para a crise sanitária com a estatização de todo o sistema privado de saúde, sob o controle das trabalhadoras e dos trabalhadores.




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