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Participe do ciclo de estudos sobre a Rosa Luxemburgo na PUC-SP

O ano que se segue à execução de Marielle Franco também é o que completa os 100 anos de outros dos assassinatos mais brutais da história: Rosa Luxemburgo.

quinta-feira 2 de maio de 2019 | Edição do dia

A revolucionária polaco-alemã é lembrada por alguns, à esquerda e à direita, como uma defensora da liberdade de “pensar diferente” ou da “democracia” em geral, o que apaga o verdadeiro sentido subversivo e radicalmente transformador de suas palavras e ações. Por outros, é tida como a autora de uma suposta alternativa “luxemburguista” aos bolcheviques, de quem seria adversária. Após um século ter se transcorrido, ainda é atual o pensamento de Rosa Luxemburgo?

A defesa inabalável dos princípios – primeiro contra o rebaixamento do fim socialista a uma gradual reforma do sistema de escravidão assalariada por parte do revisionista Eduard Bernstein e, depois, contra os pretensos estrategas proletários que reduzem o papel do partido ao que a própria Rosa Luxemburgo chamava de “nada mais que parlamentarismo”, caso do então “papa” do socialismo internacional, Karl Kautsky – tornaram incontornável o estudo das obras desta que foi a principal dirigente mulher do marxismo revolucionário, não sem ter seus matizes com outros, como V. I. Lenin e Leon Trótski, mas sempre debatendo com estes situada dentro de uma mesma ala revolucionária e internacionalista.

Desde os círculos clandestinos de que participava em sua adolescência na Polônia até o Partido Comunista Alemão (KPD) passando pelo Partido Social-Democrata Alemão (SPD), Luxemburgo sempre foi uma revolucionária de partido. Isso não a impediu de perceber que uma organização proletária que se atrela cada vez mais ao Estado burguês pode se transformar em seu contrário: de fortaleza em obstáculo, numa camisa de força que paralisa o proletariado.

Essa lucidez até parece profética nos dias de hoje. A paralisia das centrais sindicais burocráticas e o confinamento das organizações de esquerda a “nada mais que parlamentarismo” possibilitaram que, depois de um golpe institucional que culminou na prisão arbitrária de Lula, chegasse ao poder um governo de extrema-direita. Implicado diretamente em um assassinato político, este governo tem o maior gabinete militar desde a ditadura, além dos obscurantistas nomeados por Olavo de Carvalho, e foi conduzido ao poder através de eleições manipuladas por um poder judiciário que se ergueu acima dos demais e, junto aos poderes ocultos, pôs fim, na prática, ao regime de 1988.

E é por isso que se faz urgente hoje um estudo e debate sobre o pensamento de Rosa Luxemburgo. Convidamos todas e todos para um ciclo de estudos sobre essa importante revolucionária, que ocorrerá na PUC-SP nas datas a seguir, sempre às 18h. A primeira sessão será no Pátio da Cruz.

Datas e leituras sugeridas:

[06 de maio] Apresentação
* “Prólogo” de Diana Assunção a Rosa Luxemburgo – pensamento e ação, Paul Frölich
* Texto da Revista Revolução Permanente no 1: Rosa Luxemburgo e a greve de massas, ou como liberar as forças do proletariado, de Eduardo Castilla

[13 de maio]
* Reforma ou revolução, de Rosa Luxemburgo (primeira metade)

[27 de maio]
* Reforma ou revolução, de Rosa Luxemburgo (segunda metade)

[10 de junho]
* “Sobre o fim do capitalismo”. In: Paul Frölich, Rosa Luxemburgo – pensamento e ação (pp. 159-174)
* Imperialismo, de Vladímir Lênin (capítulos selecionados)

[24 de junho]
* Greve de massas, partido e sindicatos, de Rosa Luxemburgo




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