Marcelo de Almeida da Silva foi atingido nas costas na Vila Cruzeiro na manhã de domingo (31) quando saía de casa para trabalhar. Todos os documentos de Marcelo desapareceram e familiares lamentam: “sumiram tudo dele”. Segundo garis, a PM teria efetuado os disparos.
segunda-feira 1º de fevereiro de 2021 | Edição do dia
Foto: Marcos Nunes/Agência O Globo
A família do gari Marcelo de Almeida da Silva, que foi assassinado quando saía para o seu plantão, fez um protesto nesta segunda-feira (1) no Instituto Médico Legal, pedindo justiça após o crime.
“Meu irmão foi alvejado com um tiro nas costas só porque ele é negro, tava de boné, a distância de quase 30 metros. Alvejaram ele com um tiro nas costas sem perguntar pra onde ele ia, sem perguntar a ele o que ele tava fazendo ali. Nem parado ele tava, ele tava caminhando sentido ao trabalho e acertaram ele com um tiro nas costas", disse o irmão de Marcelo, Arnaldo Almeida da Silva.
"Deram um tiro primeiro pra depois perguntar o que ele tava fazendo lá e quando abriram a mochila, viram que ele tava com uniforme da Comlurb. Pegaram o documento dele, crachá, sumiram tudo dele. Levaram até a chave do carro e a camisa dele tá aqui, suja de sangue, com a bala aqui”, acrescentou.
O gari foi levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas por policiais que prestaram depoimento dizendo que ele tinha tido uma convulsão. Entretanto, ao chegar ao hospital a família descobriu que Marcelo tinha sido baleado e estava sem documentos e sem a mochila da Comlurb.
Carolina Cacau, professora da Rede Estadual e membra do Esquerda Diário repudiou o acontecimento nas suas redes sociais:
Segundo denuncia feita pelos garis, Marcelo Almeida, gari, foi morto com tiros nas costas pela PM quando ia p/ trabalho. Mais um trabalhador negro assassinado pela PM, seu rastro de morte nessa pandemia só aumenta. Lutaremos por justiça e p/ acabar c/ essa instituição assassina.
— Carolina Cacau (@carolina__cacau) January 31, 2021
Marcelo é mais um trabalhador negro vítima de um Estado genocida, que não garante equipamentos de proteção adequados, nem vacinação universal em meio à uma pandemia. Assim como também não garante direitos aos trabalhadores, e os reprime através da polícia assassina que se apoia no racismo estrutural para legitimar a violência cotidiana que tira da juventude negra o direito de viver!
Temos que lutar por justiça, contra a polícia racista e também contra os governantes como Bolsonaro e Mourão que afirma não existir racismo no Brasil. É preciso se inspirar no caminho da luta de classes para enfrentar toda opressão, as reformas e ajustes que atacam o povo negro e a classe trabalhadora nesse regime do golpe.
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