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CORONAVÍRUS | UBER | "Parecia um pesadelo": mais de 3000 funcionários da Uber são demitidos por e-mail

quarta-feira 6 de maio de 2020 | Edição do dia

Nessa semana, trabalhadores de áreas administrativas da Uber receberam um enorme baque. A empresa, de forma completamente absurda, demitiu mais de 3000 funcionários, e para piorar ainda mais a situação, o fez via e-mail.

Segundo denúncia anônima, as trabalhadoras e trabalhadores demitidos, o perceberam ao tentar logar no sistema da empresa, e não conseguirem, e depois descobriram que haviam sido desligados pela empresa, sem nenhum tipo de comunicado prévio. A empresa está realizando uma primeira leva de demissões já anunciadas, para reduzir gastos durante a pandemia, deixando milhares de famílias nas ruas, sem saber como vão se sustentar frente à crise do coronavírus.

“Parecia que eu tava vivendo um pesadelo. A Uber demitiu 3.400 pessoas, e foi de uma forma muito grotesca. A gente tá trabalhando em casa, e algumas pessoas começaram a ficar sem sistema, caia o sistema dessas pessoas.” Segundo a denúncia, a empresa cortou o acesso aos sistemas, e logo em seguida disparou mensagens para os funcionários demitidos. “Uma empresa de tecnologia nunca cai assim o sistema das pessoas, à toa. E aí começaram a receber mensagens, dizendo ‘você foi desligado’”

A uber já havia anunciado enormes quedas em todos os serviços que oferece, que iria efetuar demissões. Na maioria das grandes cidades, a queda da demanda de corridas é de cerca de 70%. As divisões mais afetadas serão as de suporte (tanto telefônico quanto via e-mail) e recrutamento de funcionários.

O movimento de demissões em massa da Uber é internacional, e atinge diversas das suas subsidiárias, exatamente próximo dos dias que a empresa deve anunciar seu balanço do primeiro trimestre do ano. O CEO, Dara Khosrowshahi, já havia anunciado nesta terça (5) que a empresa finalizava o planejamento de demissões, frente a situação. Um plano completamente cruel, e que deixará milhares sem saber como sobreviver em meio à pandemia.

A Uber já tinha contratações congeladas desde o momento em que começou a se desenvolver a crise do COVID-19. Até o último dia de 2019, a empresa contava com 26.900 funcionários empregados (isso não contabiliza os motoristas, que sob o regime ultra precário da empresa, não possui vínculo empregatício), sendo 10.700 nos EUA, e mais 16.200 espalhados pelo globo.

A estimativa da absurda ação da Uber é de que cerca de 20% de seus funcionários serão desligados, para que a empresa gere uma economia de algo em torno de U$ 1 bi.

Na segunda (4), a Careem, subsidiária da Uber no Oriente Médio e na África, demitiu 536 funcionários, que segundo informações da Agência Reutres, equivale a 31% da força de trabalho. Isso aconteceu na mesma semana do anúncio que a Uber irá encerrar as operações do Uber Eats na República Tcheca, Egito, Honduras, Romênia, Arábia Saudita, Uruguai e Ucrânia até 4 de julho de 2020, proporcionando mais um duro ataque aqueles de dependem do app para sua sobrevivência, tanto no suporte quando entregadores.

Essas ações, em nome dos lucros bilionários das grandes empresas de tecnologia, que já super exploram seus “colaboradores”, só acontecem porque os interesses dos governos ao redor de todo o globo não é, em primeiro lugar, garantir a vida e as condições de sustentação dos trabalhadores, mas sim os lucros das empresas. Assim é no Brasil, com Bolsonaro garantindo injeções de trilhões de reais para os bancos, batalhando pelo seu orçamento de guerra, que implica deixar que o Banco Central assuma os riscos de todas as negociações dos capitalistas, e com sua MP que autoriza cortes salariais, suspensões e demissões. Da mesma forma que os governos estaduais, que se apoiam nessas medidas para garantir que sejam os capitalistas que sobrevivam ao coronavírus, e não os trabalhadores. A política de injeções de bilhões, trilhões de dólares para os capitalistas é de marca registrada dos governos em todo o globo, e está em função de nos fazer pagar pela crise.




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