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RIO DE JANEIRO | Para realmente derrotar o PMDB e os empresários, precisamos construir uma força anticapitalista e revolucionária

Para realmente derrotar a direita precisamos erguer um programa anticapitalista e revolucionário. Um programa de enfrentamento com os empresários. Um programa que coloque no centro de suas preocupações a mobilização e organização de uma força que se enfrente com a raiz de nossos problemas: o capitalismo. E a força para isso são os trabalhadores.

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

sexta-feira 7 de outubro de 2016 | Edição do dia

Carolina Cacau (foto) é colunista do Esquerda Diário (neste link pode-se acessar todas suas colunas de opinião, foi candidata a vereadora do MRT pelo PSOL, participou da greve dos trabalhadores da educação do estado e há anos luta contra o desmonte da UERJ.

Mais de 500mil votaram em uma candidatura de esquerda. Milhares militaram pela campanha de Freixo. A direita também se fortaleceu, os empresários se fortaleceram mesmo que estivessem divididos entre tantos candidatos.

Precisamos combater a direita reacionária que apoia e faz parte da campanha de Crivella. Precisamos acabar com o arrocho que sofremos os funcionários públicos. Impedir as milhares de demissões que acontecem na indústria, na construção civil, no comércio, nos estaleiros e entre terceirizados das estatais.

O PMDB foi derrotado, mas não está morto. Sobrevive com seus mil e um caciques na ALERJ, na Câmara e por braços em todos os partidos patronais no estado. Articulam-se os empresários, vereadores, deputados, qual a melhor maneira de sucatear a educação, a saúde, atacar nossos direitos e até mesmo censurar a esquerda e os professores com sua reforma política e sua lei da mordaça chamada “escola sem partido”. Por isso dedicamos uma parte de nossa energia na campanha para a Câmara de Vereadores desmascarando Crivella, Pedro Paulo e a direita. Meu artigo de por que não votar em Crivella já chegou em centenas de milhares de pessoas, tendo somente no facebook 37mil compartilhamentos.

E seguimos nesse segundo turno mostrando os podres da relação com Garotinho e com os empresários, como na coluna que escrevi ontem. Precisamos derrota-los para erguer a luta por nossos direitos.

Porém, para realmente derrotar a direita precisamos erguer um programa anticapitalista e revolucionário. Um programa de enfrentamento com os empresários. Um programa que coloque no centro de suas preocupações a mobilização e organização de uma força que se enfrente com a raiz de nossos problemas: o capitalismo. E a força para isso são os trabalhadores.

Ontem, em comício no Clube Municipal, Freixo respondeu as calúnias de Crivella e seus apoiadores afirmando que busca transparência na relação com os empresários, mas que não pretende combatê-los. Não vamos enfrentar a direita acenando com diálogos aos empresários, que vêm sendo responsáveis por demissões e arrocho salarial no Rio, além de serem os que apóiam o corte de gastos públicos nas necessidades básicas da população para pagar juros aos banqueiros e destinar subsídios a suas empresas.

É uma fantasia acreditarmos que a cidade pode ser boa para todos. Lula tentou vender essa ideia. Se os empresários ganhassem seria bom para os trabalhadores, mas eis que os empresários (com seus patos gigantes, sua justiça e sua mídia) sempre querem mais, e para isso recorrem até mesmo a um golpe institucional.

Nossa cidade é partida. Do morro e do asfalto. Do subúrbio e da Zona Sul. Dos direitos, até mesmo a vida que tiram de nós negros e negras, que somos milhares de Cláudias, Amarildos, DGs. Mas antes de mais nada, estas divisões são a expressão carioca da divisão causada pela propriedade privada. Entre os milhões que trabalhamos, damos duro para pagar as contas todo mês, inclusive com atrasos de salário como acontece comigo e outros funcionários do Estado, e uma minúscula parcela de privilegiados (entre eles os políticos) que gozam de sua boa vida nos bairros mais caros da cidade, como Crivella que vive no luxuoso condomínio Península na Barra, enquanto centenas de milhares não temos onde morar com qualidade. Não tem como governar para os condomínios luxuosos e para o Alemão, para a Maré. Para os trabalhadores e para os milionários. A única perspectiva realista é anticapitalista.

Para enfrentar a direita de Crivella no Rio necessitamos dizer que não vamos respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal e necessitamos chamar os trabalhadores e juventude a se mobilizaram para impor impostos progressivos às grandes fortunas, fim das isenções fiscais, não pagamento da dívida para garantir os recursos necessários para a saúde e a educação.

Precisamos de um programa e força anticapitalista e revolucionária que supere a experiência de conciliação de classes do PT. É com esta perspectiva que acompanhamos o movimento e nos dirigimos aos milhares de ativistas na campanha de Freixo, para erguer aqui no Rio este programa, e uma força que podem ser uma alavanca à luta nacional contra o governo golpista e seus ataques. Chamo em especial as 1842 pessoas que votaram em minha candidatura para continuarmos essa batalha para erguer um programa e uma força anticapitalista e revolucionária.




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