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RACISMO | Para proteger assassinos, Doria exclui unidades mais letais da PM de programa de câmeras

Doria excluiu do novo programa de câmeras no fardamento os batalhões que mais matam negros e negras nas periferias.

terça-feira 21 de julho de 2020 | Edição do dia

Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

João Doria anunciará nesta semana a expansão do programa de câmeras acopladas no fardamento de policiais militares. Se trata de uma política para inglês ver, que vem com cerca de um ano de atraso do previsto inicialmente e não inclui nenhuma das unidades conhecidas pela alta letalidade.

O 11º e o 13º que passarão a utilizar as câmeras, que atuam no centro da capital, não estão no ranking das 24 unidades principais com maior índice de mortes decorrentes de intervenção policial de 2019.

No ano passado, foram registradas no estado 845 mortes de civis, registrados como confronto com policiais, sendo 716 delas como policiais em serviço e as outras 129, na folga.

Entre janeiro a maio, a letalidade pela polícia cresceu 26,6% ao registro no mesmo período do ano passado, com 349 vítimas. Os dados confirmam um cenário de brutal violência, em que os negros são as principais vítimas do gatilho da polícia. Foram mortas 442 pessoas ao todo esse ano.

Há cerca de um mês atrás, mesmo após a divulgação de um vídeo onde policiais aparecem espancando manifestantes sentados e deitados, o governador tucano João Doria afirmou que a polícia agiu corretamente ao reprimir o protesto antifascista e antirracista desse domingo, 7, ocorrido no Largo da Batata. Não surpreende que esse mesmo governador faça uma política que é para “boi dormir”.

Não podemos esquecer de todos os mortos pela bala da polícia, a instituição policial é parte de garantir que não haja ataques a propriedade privada e por isso não faz parte da nossa classe e nem tão pouco estará a serviço de proteger a população, em específico, pobre e negra.

Doria, que aparece como oposição a Bolsonaro em meio à crise do coronavírus, já explicitou que seu interesse não é combater a crise sanitária no estado, mas sim garantir os lucros, abrindo os comércios mesmo com o número crescente de casos de Covid-19, demostrando que não se importa de fato com as vidas dos trabalhadores, como dizia no começo do isolamento social.

Não à toa, a fúria negra que toma os Estados Unidos (EUA) e o mundo a partir do assassinato de Geroge Floyd, inicou uma “guerra de estátuas” no mundo todo e também um questionamento profundo sobre qual é a função social da polícia na defesa do verniz democrática com o discurso da “segurança”, que é só para os ricos.




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