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PREVIDÊNCIA | Para governador do PT no Piauí, a reforma é "insuficiente" e defende ampliar o ataque

O petista Wellignton Dias, governador do Piauí, voltou a defender vergonhosamente a nefasta Reforma da Previdência. Disse que projeto atual na Câmara é só "meia reforma", por não atacar todo o déficit, e ainda luta pela inclusão dos Estados nas mudanças. Continuou fazendo coro om as mentiras de que “A reforma da Previdência é importante para as contas públicas e para o povo” para poder descarregar a crise nas costas dos trabalhadores.

segunda-feira 22 de julho de 2019 | Edição do dia

Em entrevista para o El Pais, Wellignton Dias se mostrou um importante aliado de Maia na articulação para a votação no Senado de inclusão de estados e municípios na Reforma da Previdência."Hoje temos milhares de leis diferentes sobre previdência nos municípios e Estados. Isso é o problema brasileiro que precisa ser encarado", nas palavras do governador.

Questionado sobre a orientação negativa do PT em votar pela Reforma, Wellignton tranquilamente respondeu que "

O meu partido terminou indo nessa direção...Mas é bom lembrar que até onde a gente tinha possibilidade de ter Estados e municípios e construir um texto por entendimento havia uma abertura de dialogar com os partidos. Mesmo que o partido não tivesse uma posição favorável, mas que não radicalizasse ao ponto de determinar punições etc. Era possível que alguns parlamentares votassem. (...) Hoje, eu continuo dizendo que o próximo presidente da República irá anunciar uma próxima reforma. Porque estamos saindo com uma meia reforma. Um problema de 200 bilhões de reais estamos com um olhar sobre uma parte de 100 bilhões"

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Em seguida explicou como terá de implementar um ataque a sua própria base eleitoral, caso não passe agora a expansão para os Estados no Senado:

"Terminado a reforma, cada Estado vai se debruçar sobre o que foi aprovado e tomar a decisão sobre o que é possível implementar. Se tiver algo que seja aproveitado no Piauí, irei dialogar com a Assembleia Legislativa. Mas no diálogo com o presidente da Câmara e o Senado colocamos na ordem do dia um ponto que tem solução imediata. Entendemos que o problema da Previdência é grave e, por isso, 27 Estados decidiram que, de agora em diante, as novas receitas que o Congresso Nacional tratar serão destinadas para a cobertura do déficit da Previdência".

O governador não satisfeito, depois demonstrou com afinco como a crise gerada pela ganância capitalista deve ser paga pelos trabalhadores com seu suor e suas vidas, sem o direito a se aposentar. Citou como solução o Plano Mansueto, que ainda é apenas um projeto, mas visa oferecer a Estados e municípios ranqueados como nota C em capacidade de pagamento a chance de obter empréstimo com garantia da União. Nas regras atuais, apenas os ranqueados como A e B podem pleitear o crédito.

Todavia, esse crédito não é por caridade. É na verdade, um compromisso de rifar a vida e os direitos trabalhistas em troca de crédito para manter o "equilíbrio fiscal" baseado na espoliação imperialista do país, que tem como principal forma o pagamento religiosamente da dívida pública. Por isso, em troca do crédito, o governo tem que realizar 3 de 8 condições que envolvem privatizações, corte em direitos trabalhistas e estabelecimento de "teto de gastos", enquanto os lucros capitalistas são indiscriminados.

"Tivemos um compromisso do Rodrigo Maia que ele irá colocar em votação em agosto e Davi Alcolumbre [presidente do Senado] disse que, chegando no Senado, ele aprecia em setembro. Quando a economia tem um crescimento baixo, qualquer esforço na área da despesa, ajustes fiscais vão ser incapazes de solucionar o problema. É preciso ter a condição de concluir uma carteira de cerca de 23 mil obras paralisadas em todo o Brasil, gerar cerca de 2 milhões de empregos. Isso que gera renda e faz a economia girar. Meu esforço ao trabalhar alternativa nas PECs tem um objetivo estratégico de, independentemente de partido, alavancar o crescimento econômico".

Esta entrevista de Wellignton é uma clara demonstração do papel conciliador do PT, e na divisão de tarefas interna que atuou ao longa da votação da Camara propondo obstruções na estratégia de ganhar tempo, mas não utilizou este tempo para absolutamente nada. Uma vez que as centrais sindicais da qual dirigem junto com o PCdoB como a CUT e CTB diretamente negociaram pelas costas dos trabalhadores e se recusaram a apoiar o movimento estudantil que se levantou contra a educação. Por outro lado, a própria UNE e UBS, ambas dirigidas pela UJS/PCdoB também atuaram conscientemente pela separação e enfraquecimento de cada uma dessas lutas.

Mais do que nunca, se reforça a necessidade de construir uma força material de enfrentar em cada universidade, escola ou local de trabalho, as burocracias que desmoralizam e introduzem a ideologia burguesa dentro dos movimentos. Sem superar este obstáculo, não podemos fazer com que a classe trabalhadora se coloque como tal e faça o motor da história girar. É preciso libertar os jovens e trabalhadores das prisões que são suas direções majoritárias nos sindicatos e entidades estudantis.




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