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NOVO AUXÍLIO EMERGENCIAL | Para Bolsonaro, auxílio é endividamento para União. Que os capitalistas paguem pela crise

Bolsonaro, após muito resistir, anunciou nesta quarta-feira (31) o novo auxílio emergencial, com valor insuficiente (R$ 150 a R$350) que passa longe de responder às necessidades dos trabalhadores e do povo pobre em meio à fome, desemprego e aumento dos preços dos alimentos.

quinta-feira 1º de abril de 2021 | Edição do dia

O governo federal anunciou hoje o calendário oficial do auxílio emergencial 2021, com quatro parcelas. O valor é de R$ 150 a R$ 375 (a depender da família), e vai atingir 45,6 milhões de pessoas, 22,6 milhões a menos do que no auxílio emergencial de R$ 600, pago em meados do ano passado para 68,2 milhões de pessoas.

Apenas quem recebeu o auxílio ano passado poderá receber esse novo, pois ele será disponibilizado apenas para quem já está inscrito nos cadastros públicos usados para a análise dos pedidos. Quem não faz parte dos cadastros não receberá o benefício, visto que não haverá novos pedidos.

O pagamento começará na próxima terça-feira (6), com depósitos em contas digitais na Caixa Econômica Federal. O calendário de pagamento vai variar conforme a data de nascimento do beneficiário. Quem está no Bolsa Família receberá o auxílio de acordo com o último dígito do NIS.

Bolsonaro sempre deixou suas prioridades bem explícitas: muito reclamou que a economia sofreria com o desequilíbrio causado pelo pagamento do auxílio emergencial enquanto garantiu o pagamento de socorro aos banqueiros. Chamou o "dia de jejum pelo bem da nação" em meio ao desemprego e a fome crescentes, debochando da cara do povo pobre.

Na declaração à imprensa, Bolsonaro, seu ministro da Cidadania e o presidente da Caixa, anunciaram valor do novo auxílio, dizendo é um endividamento para a União e que os trabalhadores têm que continuar pagando a crise com trabalho e suas vidas.

"O governo sabe que não dá pra continuar por muito tempo com esses auxtlios, pode desequilibrar nossa economia. (...) A população não apenas quer, mas precisa trabalhar", disse Bolsonaro, quando afirmou que seu Comitê tinha se reunido pela manhã, e querendo se contrapor às medidas dos governadores e prefeitos.

Por um lado, Bolsonaro mantém a posição do início da pandemia de que "a economia não pode parar", faz demagogia junto a governadores que fazem parte de sua base com a criação do Comitê para a pandemia. Ele, mas também os governadores, como Doria (PSDB), Paes (DEM), assim como os petistas, são responsáveis pelas mortes que batem recorde no país, e suas medidas estão servindo pra aumentar a repressão à juventude e aos trabalhadores, com os toques de recolher, enquanto muitos setores seguem trabalhando, não tendo garantida a liberação remunerada.

Estamos em meio ao momento mais severo da pandemia. São 3780 mortes a cada 24h e o desemprego e a fome não param de crescer. Isso tudo vem junto com os aumentos nos preços dos alimentos, que são causados pelos capitalistas do setor alimentício que lucram com a fome do povo pobre e trabalhador: os alimentos e bebidas estão em média com o valor 15% mais altos nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2021, quase três vezes a inflação oficial, que atingiu 5,2%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O arroz ficou quase 70% mais caro nos últimos 12 meses, o feijão preto (50%), a batata inglesa (47%), a cebola (69%), o limão (79%). O cenário é de cada vez mais desespero. Diante disso, é totalmente insuficiente o valor oferecido pelo governo. O valor do auxílio emergencial deveria ser de pelo menos um salário mínimo para as pessoas conseguirem ir ao mercado comprar o essencial, pagar suas contas e se manter.

Tudo isso faz parte do projeto do negacionista Bolsonaro. Agora o governo está passando por um momento de muitas mudanças nos ministérios, com o Centrão se fortalecendo e se impondo sob Bolsonaro em detrimento dos militares, mas mostra que apesar das rearticulações, ele está junto com os demais setores políticos desse regime golpista para deixar intactos os lucros dos capitalistas, e descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e povo pobre.

Bolsonaro fala de endividamento, mas são os trabalhadores que amargam o Teto de Gastos com saúde e educação e continuam pagando a dívida pública para encher os bolsos de banqueiros, donos de Itaú, Bradesco, Santander, Merrill Lynch, Goldman Sachs, entre outros. São os trabalhadores do funcionalismo público que têm seus salários como moeda de troca do irrisório auxílio de Bolsonaro e do golpismo com a PEC Emergencial, tão reinvindicada durante a declaração à imprensa.

Por isso, por um plano emergencial para combater a pandemia, com um auxílio de pelo menos um salário mínimo, liberação remunerda, mais leitos, vacinas para todos com a quebra de suas patentes, pelo fim do Teto de Gastos, é necessário combater Bolsonaro, Mourão, os governadores e todos os militares e o conjunto do regime político do golpe institucional. É preciso que os trabalhadores, junto à juventude e movimentos sociais, imponham sua força e, para isso, as centrais sindicais, como a CUT e a CTB, rompam com sua paralisia e organizem a luta.

Com a organização da nossa classe é possível impor medidas e desenvolver respostas para a pandemia que façam com que a classe trabalhadora pare de pagae pela crise e que a vida seja colocada a frente dos lucros dos capitalistas.

Veja também: Chega de contar corpos! Por leitos, contratação e auxílio, lutar contra o Teto de Gastos




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