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XENOFOBIA | Palestinos e brasileiros presos após conflito com manifestantes da ultradireita foram soltos

Setores da ultradireita realizaram na noite de terça-feira, 2, uma “Marcha contra a Lei da Imigração” em São Paulo. A ação racista e xenofóbica tanto dos manifestantes quanto da polícia militar culminou na agressão física e na prisão de ativistas palestinos e brasileiros.

quarta-feira 3 de maio de 2017 | Edição do dia

Os vídeos que circulam nas redes sociais dos grupos que organizaram a manifestação, “Direita São Paulo” e “Juntos pelo Brasil”, explicitam o caráter reacionário da mesma. Aos gritos de “terroristas”, “contra a islamização do Brasil”, “viva a PM”, “Comunistas tem que morrer” e “Não, não à lei da imigração” quatro ativistas, dois palestinos e dois brasileiros, foram detidos pela polícia militar e levados para o 78º Distrito Policial. Os mesmos foram acusados de portarem artefatos explosivos. Entretanto, tal acusação não foi comprovada pela polícia e foi negada pelos ativistas.

Na tarde desta quarta-feira, 3, após audiência de custódia no Fórum da Barra Funda os quatro presos políticos foram soltos. Apesar de não serem indiciados, os dois ativistas palestinos terão que cumprir medidas cautelares perante a Justiça brasileira que inclui o cerceamento na participação em manifestações relacionadas à Lei da Imigração. Além de não poderem se ausentar de São Paulo por mais de 15 dias e de não poderem se aproximar de outras partes do processo. Ou seja, além da inadmissível agressão física houve um ataque profundo a liberdade política dos palestinos em meio a uma conjuntura nacional de avanço de medidas reacionárias que inviabilizam a sua própria existência em território nacional.

Nas redes sociais o grupo Direita São Paulo, organização que revindica lutar “pelo resgate dos valores conservadores: família, pátria, liberdade religiosa, liberdade econômica e respeito às forças armadas”, tem manifestado publicamente o ódio aos imigrantes e refugiados. Desde a manifestação ao ato de soltura dos presos políticos, o grupo de direita tem utilizado massivamente as redes sociais para incitar a xenofobia.

A ex-candidata a vereadora de São Paulo do MRT pelo PSOL, Diana Assunção, esteve no período da tarde no Fórum Criminal da Barra Funda para exigir a libertação imediata dos imigrantes palestinos presos.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP e da Secretaria de Negras e Negros do Sintusp, Pablito, também levou a sua solidariedade aos imigrantes palestinos exigindo libertação imediata.

Direto do Fórum Criminal da Barra Funda o Esquerda Diário conversou com o presidente da Associação Islâmica de São Paulo Mohamad Al Kadri sobre a prisão dos imigrantes palestinos.

Conforme já mencionado em matéria anterior, o Esquerda Diário manifesta sua solidariedade aos presos, e defende os direitos de todos os imigrantes e refugiados de se defenderem contra a direita racista e xenófoba.




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