Segunda suas promessas ao se eleger presidente da Câmara, Rodrigo Maia presidirá importantes votações de ataques ao funcionalismo no dia de amanhã. Também serão votados em comissão mista (junto ao Senado) propostas privatistas de Temer.
terça-feira 2 de agosto de 2016 | Edição do dia
Rodrigo Maia está decidido em mostrar serviço para atacar o funcionalismo de todo país. Depois de tramitar em regime de urgência o PLC 257/16. O texto de apresentação da matéria no site da Câmara diz claramente a que vem este projeto: "O Projeto de Lei Complementar 257/16 propõe o alongamento das dívidas de estados e do Distrito Federal com a União por 20 anos se forem cumpridas medidas de restrição fiscal vinculadas, principalmente, a despesas com pessoal."
Ou seja, tal como o Banco Central Europeu e o FMI "negociaram" com a Grécia do Syriza que aceitou esse plano, para liberar recursos, uma onda de ataques tinha que ser realizados. Limites a gastos com funcionalismo. Limites a gastos com terceirizados - logo, propõe a demissão em massa dos mesmos. O PLC ainda propõe um limite a aumentos menor que a inflação, impondo, portanto arrocho salarial, e que estados tenham que ser auditados a cada dois meses, impondo que necessária e normativamente seja buscado um superávit primário. Por fim o mesmo projeto ainda impõe privatizações aos estados. Na mira estão os lucrativos Banrisul gaúcho e a CEDAE carioca, entre outros.
Ao Judiciário, Forças Armadas e TCU não há limites
Mostrando que precisam agradar, ou temem, algumas instituições do regime politico, os deputados não colocam em questão neste projeto apoiado pelo golpista Temer os gastos do TCU, nem do judiciário, nem com os aposentados das Forças Armadas. Ou seja, enquanto estatais estaduais vão a leilão, enquanto todo funcionalismo estadual e federal terá arrocho salarial, terceirizados serão demitidos em todo país as forças mais arbitrárias e autoritárias, o judiciário e as forças repressiva passaram incólumes do ataque.
O problema, como se vê , não é o gasto mas quem atacar e quem beneficiar.
Medida provisória que organiza a privatização de "tudo" também será apreciada
Já na comissão mista da Câmara e do Senado o tema em pauta será a Medida Provisória 727/16. Está MP normatiza a privatização ampla geral e irrestrita das riquezas do país, sobretudo na área de transportes.
Segundo o texto do site da Câmara em elogioso tom neoliberal digno dos anos 90, "a MP criou o programa voltado para tornar "mais ágeis" as concessões públicas, sob o argumento de que é preciso eliminar "entraves burocráticos e excesso de interferências do Estado. O PPI lista empreendimentos públicos de infraestrutura a serem executados pelo setor privado."
Organizar a resistência
Os golpistas no governo Temer e no Congresso buscam acelerar os ataques que Dilma e o PT tinham iniciado. As votações de amanhã são chamativas. Como também é chamativo que o ataque será presidido por Maia (DEM/RJ), eleito com votos do PT e PCdoB supostamente como "mal menor".
Os ataques estão passando com pouca resistência. Isso acontece porque os principais sindicatos do país, aqueles ligados ao petismo como os da CUT e CTB, ou os golpistas da Força Sindical não estão organizando uma verdadeira luta. Dia 16 convocam um dia de mobilização, precisamos garantir uma verdadeira mobilização, baseada em assembleia que permitam que os trabalhadores ativamente tomem para si a luta contra os ataques do governo golpista. Isso terá que ser feito contra a vontade da burocracia que controla esse sindicatos, que aceita esse ataques e quando muito organiza ações controladas para melhor negociar nossos direitos.
