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1M | Pablito: "Alckmin e Lula, lavem a boca antes de falar no primeiro de maio"

Confira a intervenção de Marcelo Pablito, trabalhador da USP e dirigente do MRT no ato do 1º de maio convocado pela CSP-Conlutas e pelo Polo Socialista Revolucionário (PSR).

domingo 1º de maio de 2022 | Edição do dia

Me chamo Marcelo Pablito, sou trabalhador da USP e faço parte do MRT e do movimento Nossa Classe. O dia primeiro de maio é uma data histórica de luta da classe trabalhadora internacional. Neste primeiro de maio, nossa classe vem pagando os custos da crise capitalista e se encontra em uma situação desesperadora no brasil e no mundo.

Na ucrânia o capitalismo mostra novamente que apenas promete morte e destruição para nossa classe. Aqui no Brasil, onde a escravidão durou mais de 400 anos, Bolsonaro, Mourão, STF, Congresso Nacional, a direita e todos os patrões estão unidos para que cada vez mais sejamos escravos assalariados. estão todos juntos nessa perspectiva, desemprego, precarização do trabalho.

Esse é um projeto de opressão, exploração, morte e miséria retratado graficamente em uma série de absurdos do último período. Um deles foi a diarista negra que morreu queimada ao cozinhar com álcool, porque não tinha dinheiro para comprar um botijão de gás. Outra imagem é o imigrante africano que foi morto à pauladas no Rio, vítima do racismo e da reforma trabalhista. Os 660 mil mortos na pandemia. A nossa juventude, que vê seu futuro ameaçado a cada dia. Nossa classe sendo morta nas chacinas policiais, vendo suas moradias serem arrastadas pelas enchentes. Esse é o Brasil do Bolsonaro e do Mourão.

É uma provocação cínica que o Bolsonaro faça atos no primeiro de maio. Ele que é um herdeiro da ditadura, convoca atos em nome da liberdade. Por isso, nós somos aqueles que tem nojo desse poder. vamos lutar junto com a juventude e com a classe trabalhadora, que querem derrotar o Bolsonaro.

É uma vergonha que as centrais sindicais, junto com o PT, estejam querendo canalizar nossa insatisfação para uma saída eleitoral de conciliação de classes. É um absurdo que sejamos obrigados a ver, na véspera de um primeiro de maio, Alckmin abraçado em Lula e cantando A Internacional, um hino da nossa classe. Logo esse neoliberal, repressor das nossas lutas, ladrão de merenda, está junto com Lula para manter todos os ataques desde o golpe institucional, para aprofundar os ataques do governo Bolsonaro. Apontam um caminho de conciliação com essa direita e com a burguesia.

Estamos aqui para gritar: Alckmin e Lula, lavem a boca antes de falar no primeiro de maio. Lavem a boca antes de falar na Internacional dos trabalhadores.

É lamentável que neste primeiro de maio estejamos atravessados por uma crise tão profunda na esquerda. Ontem, o PSOL aprovou o seu apoio à chapa Lula-Alckmin e está grudado na Rede da Marina Silva, que é um partido burguês. Queria me dirigir aos companheiros do PSOL, parte dos quais também participaram do ato, sabendo que não concordam com esse caminho de conciliação: rompam com seu partido! Construam uma alternativa de independência de classe!

Por isso, é muito importante que nesse primeiro de maio nós estejamos vendo uma péssima notícia para a burguesia nacional e internacional: que aqui, no Brasil, estejam ocorrendo lutas importantes como a da CSN, como a de vários trabalhadores da educação de Minas Gerais, dos garis do Rio de Janeiro… E também nos Estados Unidos, no coração do imperialismo mundial, onde os trabalhadores brancos e trabalhadores imigrantes, negros, latinos, trabalhadoras mulheres, juntos conseguiram criar um primeiro sindicato na Amazon, uma das maiores empresas do mundo e onde os trabalhadores mais são submetidos a regimes de trabalho precário e superexplorado. Isso é uma derrota histórica da burguesia e nós precisamos nos apoiar nessa tradição de luta.

Aqui no Brasil, digamos para a burocracia: basta de fazer palanque para Lula com Alckmin, que estão apontando um caminho de conciliação de classes. Que construam uma mobilização para ir de encontro com a nossa luta pela revogação de todas as reformas, pelo reajuste dos salários de acordo com a inflação, pela estatização da Petrobrás sem indenização e sob o controle dos trabalhadores, e que prepare as condições para um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

Nós do MRT estamos construindo o Polo Socialista e Revolucionário e batalhamos para que esse Polo apresente um caminho de independência política na luta de classes e também nas eleições. Por isso, disponibilizamos meu nome como parte da chapa presidencial junto com a companheira Vera Lúcia. Também apresentamos o nome da companheira Maíra Machado, do Pão e Rosas, como parte da chapa ao governo de São Paulo. Chamamos todas as companheiras e companheiros do Polo a debater um programa de independência de classes, para fazer valer a história do primeiro de maio internacionalista e classista, e para fazer com que os patrões é que paguem pela crise.




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