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PUC-SP | PUC-SP fecha disciplinas do curso de Comunicação das Artes do Corpo

Bruno PortelaSão Paulo

terça-feira 25 de agosto de 2015 | 00:00

O início das aulas no curso de Comunicação das Artes do Corpo nesse segundo semestre veio acompanhado de um importante ataque da reitoria da Pontifícia Universidade Católica. Foram 11 disciplinas eletivas que foram fechadas sob a alegação de não cumprimento do número mínimo de alunos matriculados por matéria. Os estudantes do curso estão se mobilizando e criaram uma página no facebook chamada Artes do Corpo Existe para divulgar a luta contra esse ataque.

Segundo nota divulgada na página (publicamos a nota completa ao final), “Os fechamentos desconsideram ainda que muitos alunos, por não terem opção de remanejamento [...] serão obrigados a estender sua graduação. Alguns encontram-se na data limite para se formar, não sendo possível a extensão da graduação e, portanto, sendo privados da conclusão do curso. [...] Três das onze disciplinas continham o número mínimo de alunos para funcionar. E o fato de o fechamento ocorrer antes do período de remanejamento impediu o aumento de determinadas turmas”. Os estudantes também fizeram um abaixo-assinado com a finalidade de pressionar a reitoria para que abra diálogo e para que volte atrás no fechamento dessa matérias.

Infelizmente esse não é o único problema enfrentado na PUC-SP. Além desse corte, houve demissões de dezenas de professores, fechamento de um campus, perseguição política e precarização dos contratos de trabalho, corte de bolsas. Todos esses problemas se somam à interferência da Igreja Católica de maneira totalmente anti-democrática por via da Fundação São Paulo, que dirige a universidade segundo seus próprios interesses, por exemplo no caso da escolha da atual REItora Anna Cintra que era a última colocada na lista tríplice das eleições para o cargo mas que foi escolhida pelo Cardeal-Arcebispo Dom Odilo Scherer. É preciso um forte movimento de estudantes, trabalhadores e professores que acabe com essa ingerência da Igreja na universidade para barrar esses ataques. É necessário colocarmos a universidade não sob o interesse do lucro e do mercado, mas sim da educação, inclusive que seja pública, gratuita e com qualidade.

Nota: O ARTES DO CORPO EXISTE!

No dia 11 de agosto de 2015 os alunos do curso de Comunicação das Artes do Corpo da PUC-SP foram notificados de que 11 disciplinas eletivas (5 da linha de formação Performance, 5 da linha de formação Dança e 1 da linha de formação Teatro) haviam sido fechadas, sob o argumento de não atingirem o número mínimo de alunos. Queremos o diálogo com a reitoria, a apuração dos nossos abaixo-assinados e a reconsideração desses fechamentos arbitrários!

Com as disciplinas de sua linha de formação fechadas o aluno é obrigado a se matricular em disciplinas de outra linha de formação, que, embora sirvam como equivalentes no número de créditos, prejudicam o aproveitamento acadêmico. O que dizer de um aluno matriculado em performance que se forma sem ter tido as matérias que abarcam as discussões de sua linha de formação? A ideia de que os alunos podem transitar entre as habilitações é justamente para permitir o acesso a diferentes conteúdos e conhecimentos e não pode servir como forma de privar o acesso a conteúdo básico em sua formação.

Os fechamentos desconsideram ainda que muitos alunos, por não terem opção de remanejamento (por já terem cursado as disciplinas disponíveis; por necessitarem de créditos específicos em sua linha de formaçao) serão obrigados a estender sua graduação. Alguns encontram-se na data limite para se formar, não sendo possível a extensão da graduação e, portanto, sendo privados da conclusão do curso.

A atitude da Universidade é incoerente com a realidade numérica do curso. Alguns períodos (o sexto período de Dança, por exemplo) contém poucos alunos. Seguindo a lógica de fechamento da Universidade esses alunos serão sempre obrigados a prolongar sua graduação.

Três das onze disciplinas continham o número mínimo de alunos para funcionar. E o fato de o fechamento ocorrer antes do período de remanejamento impediu o aumento de determinadas turmas.

É de extrema relevância lembrar que grande parte dos alunos do curso em questão são bolsistas, aos quais, ao ingressarem na PUC-SP, é concedido programa de graduação integral, o que significa que a instituição recebe um repasse de verba federal, garantindo em troca a integridade do curso.

Mas os alunos não são os únicos prejudicados. Os professores são obrigados a verem sua atuação reduzida a uma única disciplina, se não a nenhuma. O fechamento de disciplinas além de desrespeitoso vem acentuar a posição da Universidade em relação às artes, criando mais um obstáculo ao trabalho de profissionais e ao desenvolvimento dessa área no país.

O fechamento de onze disciplinas não é aceitável. Faz-se necessário lembrar que não se trata de um ato isolado. Esse ano a PUC-SP contou com inúmeros atos estudantis que se posicionaram frente às medidas de caráter mercadológico tomadas pela Universidade. Alunos, professores e funcionários são vistos como cifras e os cursos menores, que já vinham sendo comidos pelas beiradas, esquecidos de sua importância na construção do conhecimento. Frente a isso, nos posicionamos: NÃO AO FECHAMENTO DE DISCIPLINAS.




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