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ELEIÇÕES 2018 | PSOL se calou sobre o golpe no dia em que a ONU denunciou o veto a Lula

A própria ONU denuncia a arbitrariedade judicial, e o PSOL se cala sobre ela, inclusive nos debates presidenciais?

sábado 18 de agosto de 2018 | Edição do dia

O debate presidencial na RedeTV! foi ainda mais dominado pelo grotesco conservadorismo de políticos encomendando-se a Deus, pregando com Bíblia na mão e defendendo as aulas de "educação moral e cívica" com diretores militares nas escolas, em meio ao autoritarismo judiciário que mais uma vez - através de Rosa Weber no TSE - rejeitou a participação de Lula no debate televisionado.

Não se falou a palavra golpe em todo o debate. Pareciam eleições normais. Nem mesmo Guilherme Boulos do PSOL se dignou a denunciar o autoritarismo do regime eleitoral e o veto arbitrário a Lula, como continuidade do golpe.

Por que Boulos não fez uma denúncia elementar ao regime eleitoral autoritário, quando até mesmo o Comitê de Direitos Humanos da ONU exigiu que Lula não fosse impedido de participar das eleições? A orientação do PSOL é se calar diante da tutela que a Lava Jato e o Judiciário exercem sobre as eleições, e tratá-la como eleições normais?

O Comitê de Direitos Humanos da ONU (organização na qual o Brasil é signatário do Pacto de Direitos Civis e Políticos) determinou ao Estado Brasileiro que “tome todas as medidas necessárias para permitir que o autor [Lula] desfrute e exercite seus direitos políticos da prisão como candidato nas eleições presidenciais de 2018, incluindo acesso apropriado à imprensa e a membros de seu partido politico” e, também, para “não impedir que o autor [Lula] concorra nas eleições presidenciais de 2018 até que todos os recursos pendentes de revisão contra sua condenação sejam completados em um procedimento justo e que a condenação seja final”.

Segundo a Folha de S. Paulo, ministros do STF deram de ombros a essa decisão do colegiado da ONU, dizendo que a resolução vale menos que "ata de reunião de condomínio". A submissão servil do Judiciário brasileiro aos Estados Unidos em praticamente todos os aspectos da vida política - em primeiro lugar, através da Lava Jato, digitada também pelo Departamento de Estado norte-americano - precisa de momentos como esse para reassegurar sua "independência".

A própria ONU denuncia a arbitrariedade judicial, e o PSOL se cala sobre ela, inclusive nos debates presidenciais?

Diana Assunção, trabalhadora da USP e militante do MRT foi candidata a deputada federal, disse que: "Até mesmo a ONU, organismo internacional sob tutela dos EUA se pronunciou que os direitos políticos de Lula estão sendo cassados no Brasil. E mesmo assim ontem no debate não houve voz que combatesse o judiciário. Se esperaria que o PSOL fizesse essa denúncia. Mas Boulos nem falou da prisão arbitrária de Lula, nem que é a Lava Jato e o Judiciário que decidem até mesmo quem as pessoas podem ouvir nos debates. Trata-se de uma enorme adaptação ao regime golpista e a eleições tuteladas pelo autoritarismo judicial".

Marcello Pablito, "A Lava Jato e o resto do poder judiciário está atuando pra escolher a dedo um presidente que continue o golpismo e seja capaz de descarregar de forma redobrada a crise nas costas dos trabalhadores e do povo com mais desemprego, mais trabalho precário e mais cortes dos direitos sociais. Para tal buscam legitimar de forma cada vez mais indiscriminada medidas autoritárias que violam os princípios democráticos mais elementares como o direito de defesa e o direito ao voto. Por isso, apesar de que nós não apoiamos o voto nos candidatos do PT, somos incondicionalmente contra a prisão arbitrária de Lula e somos intransigentes na defesa do direito do povo votar em quem quiser. Todos os partidos que se dizem de esquerda deveriam ter esse como um dos seus eixos políticos na campanha eleitoral, como forma de denunciar o caráter proscritivo dessas eleições; O PSOL precisa parar de silenciar a crítica ao regime".




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