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ELEIÇÕES 2018 | PSOL não responde chamado a entrar na Justiça e na TV pelo direito de Lula ser candidato

quarta-feira 5 de setembro de 2018 | Edição do dia

No dia 22 de agosto, nós do Movimento Revolucionário de Trabalhadores enviamos ao PSOL a seguinte Carta Aberta, lida por dezenas de milhares de pessoas:

"Diante do escandaloso veto antidemocrático à candidatura de Lula – em relação ao qual o PSOL tem uma posição contrária -, nestas eleições manipuladas e tuteladas pela Lava Jato e pelo judiciário, denunciadas até mesmo pela ONU (ver esta matéria), chamamos o PSOL a tomar medidas firmes em denúncia a esse veto e em defesa do direito de dezenas de milhões de eleitores de decidir em quem votar.

Propomos que o PSOL concentre todos os seus recursos jurídicos em uma ação pelo cumprimento da solicitação liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU ao Estado brasileiro que garanta o direito de Lula de ser candidato, e que dê a maior visibilidade nos debates televisivos e em suas inserções de TV e rádio a essa denúncia contra o ataque ao direito do povo de decidir em quem votar. Acreditamos que isso é fundamental para que, em meio ao processo eleitoral, apareça claramente aos olhos do povo uma esquerda que não naturaliza a forma como essas eleições estão sendo manipuladas, e se desmascare esse regime em que os ministros do STF que escreviam que esses tratados internacionais eram juridicamente vinculantes agora dizem que "valem o mesmo que uma ata de reunião de condomínio”.

Apresentamos essa proposta desde a perspectiva de quem não defende o voto no PT e considera que o PT abriu caminho ao golpe institucional quando governou com a direita, assumiu e acobertou métodos de corrupção próprios deste sistema capitalista e atacou os trabalhadores, principalmente com os ajustes no segundo mandato de Dilma Roussef em 2015 (ver esta matéria). Entretanto, a denúncia a essa escandalosa violação dos direitos democráticos no Brasil deve ser uma questão de princípios para qualquer partido ou organização que se reivindique de esquerda, ou mesmo verdadeiramente democrática. Quem comemora essa situação é a direita mais reacionária do país, que se fortalece a cada dia em que a esquerda não toma medidas firmes contra esse ataque a direitos democráticos elementares.

Saudações fraternais,

Diana Assunção, Maira Machado, Marcello Pablito, Flavia Valle e Val Muller, candidatos da chapa nacional do MRT pelo PSOL, em nome da Direção do Movimento Revolucionário de Trabalhadores"

Esta Carta não obteve resposta por parte PSOL. A situação política nacional é gravíssima; Lula segue crescendo nas pesquisas, e o golpismo judiciário deu um novo passo bonapartista, vetando a candidatura de Lula no TSE. Enquanto isso, a extrema direita - encabeçada por Bolsonaro - segue se beneficiando dessas manipulações do processo eleitoral, destilando seu ódio contra os trabalhadores, as mulheres, os negros e os LGBT.

Inclusive o PSOL já teve suas primeiras inserções na TV e apesar da censura com os poucos segundos que a esquerda tem na TV poderiam estar denunciando essas eleições manipuladas.

Não apoiamos o voto no PT, mas defendemos incondicionalmente o princípio soberano da população em seu direito de decidir em quem votar. Reiteramos que, ao contrário de atuar como se estas eleições fossem "normais", o PSOL deve urgentemente colocar seus esforços jurídicos pelo cumprimento da solicitação liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU, e usar seus meios públicos, assim como sabatinas e debates televisivos, para dar visibilidade a esta denúncia ao regime político.




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