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REINTEGRAÇÃO DE TERRAS | PM de Alckmin prepara ofensiva contra ocupação "Novo Pinheirinho"

Enquanto se trava uma luta judicial nos tribunais, que irá decidir o direito a moradia de mais de 1.000 famílias, a policia militar já se prepara para reintegrar as terras e deixar essas famílias sem onde morar. A ocupação é situada no limite entre os municípios de Jacareí e São José dos Campos, ao lado do Jardim República, na zona sul joseense.

segunda-feira 26 de março de 2018 | Edição do dia

A ocupação é chamada de “Novo Pinheirinho” em referência a uma ocupação que aconteceu na zona sul de São José dos Campos e que resistiu por 8 anos (2004-2012), quando a polícia, com aval da justiça e dos governos, realizou um massacre com as 7.000 famílias que ocupavam a área.

Uma liminar que autorizava desabrigar as famílias e reintegrar a posse, chegou a ser ordenada pela Justiça, mas foi impedida pela Defensoria Pública do Estado. A área ocupada é de posse da empresa Ricardo Empreendimentos Imobiliários, que declarou que irá consultar aos seus advogados sobre quais medidas tomar.

Embora não tenha sido autorizado a reintegração de posse, a polícia já se prepara para desabrigar as mais de mil famílias da ocupação e já sobrevoou a região com o helicóptero Águia para reconhecimento da área, a empresa proprietária das terras também teria usado um drone para registrar imagens do área ocupada.

O capitão José Alexandre de Camargo, do 41º Batalhão de Polícia Militar do Interior declarou que assim que a justiça autorizar, já irá marcar a data do despejo dos moradores e em relação à resistência dos moradores, disse que “Temos que estar preparados para tudo que pode acontecer em virtude da reintegração". Ao ser questionado sobre a ocupação ser chamada de “Novo Pinheirinho” o capitão disse que não se compara por conta do tempo que perdurou a ocupação Pinheirinho, mas que no caso desta ocupação, “o ideal é chegar o quanto antes” disse Camargo.

O advogado Antônio Donizete Ferreira, que é representante dos moradores da ocupação comemorou o efeito suspensivo da liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e disse “Não podem chegar lá e bater nas pessoas. Mais de 2.000 pessoas moram lá, um bairro que está se montando. Quero tentar evitar esse embate”.

A primeira liminar do Tribunal de Justiça e a preparação da polícia para fazer a reintegração de terras, mesmo ainda sem uma liminar, mostra a serviço de quem estão, dos empresários que nem usam o terreno, e que não vão hesitar em usar da força e da violência para jogar as famílias na rua, sejam idosos, crianças, homens ou mulheres.

foto: Ovale




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