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SINAIS DA CRISE ECONÔMICA | PIB do 2° trimestre tem maior queda desde 2009

sábado 29 de agosto de 2015 | 01:34

Nesta sexta-feira pela manhã, o IBGE divulgou os dados do Produto Interno Bruto (PIB) relativos ao segundo trimestre de 2015. Os dados confirmaram o quadro de recessão técnica do país (dois trimestres consecutivos de queda no PIB) e acenderam novo alerta para o governo Dilma no sentido de maior pressão para aprofundar o ajuste fiscal. Verificou-se queda no PIB de 1,9% na comparação do segundo trimestre de 2015 contra o primeiro trimestre do ano. Já na comparação com igual período de 2014, a variação do PIB foi ainda mais negativa, com retração de 2,6% no total de riquezas produzidas no país. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre de 2015 alcançou R$ 1,43 trilhão.

Setores que mais empregam reduziram a produção

Os dados do IBGE indicam retração na produção total de riquezas para os três setores da economia: a agropecuária (-2,7%), indústria (-4,3%) e serviços (-0,7%). Na indústria, o destaque negativo foi para a construção civil, com queda de 8,4%. Outros setores também caíram, como a indústria de transformação (-3,7%) – o setor da indústria de transformações abarca a produção de veículos e autopeças, por exemplo, setor que está em crise, com queda nas vendas de automóveis e milhares de trabalhadores demitidos em todo país somente neste ano – e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-1,5%).

A crise também chegou ao setor que mais emprega no país, que são os serviços. Os números negativos do setor estão principalmente nas atividades de comércio (-3,3%), transporte, armazenagem e correio (-2,0%) e serviços de informação (-1,3%). Na comparação com o segundo trimestre de 2014, o comércio varejista e atacadista registrou forte queda de 7,2% . Também se registrou retração de 6,0% nos serviços de transporte, armazenagem e correio, puxada pelo efeitos da recessão econômica que reduziu o volume de produção de mercadorias para transporte e armazenamento de carga, para o mesmo período de comparação.

Dados mostram queda no investimento e no consumo da população

O investimento no país apresentou nova queda no segundo trimestre. Segundo o relatório do IBGE, a taxa de investimento no segundo trimestre de 2015 foi de 17,8% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (19,5%). A taxa de poupança do país também caiu, atingiu 14,4% no segundo trimestre de 2015 (ante 16,0% no mesmo período de 2014). Essa queda tem como razões o aumento do custo de vida, do endividamento das famílias e da queda no emprego que levam a população a poupar menos. Empresários também poupam menos com o aumento nas taxas de juros para empréstimos e dívidas.

A chamada formação bruta de capital fixo sofreu retração de 11,9%, no segundo trimestre de 2015, a maior queda desde o primeiro trimestre de 1996 (-12,7%). Essa diminuição é resultado, segundo o IBGE, da queda nas importações e da produção interna de bens industriais e ainda pelo desempenho ruim do setor da construção civil, com menos prédios, fábricas e moradias em construção.




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