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RIO DE JANEIRO | Os professores devem ocupar as ruas no dia 18! Mobilizar para derrotar Witzel e Bolsonaro!

O Movimento Nossa Classe Educação chama a lutar no Rio para que este dia 18 seja uma entrada dos professores em cena, com uma estratégia independente de alas da burguesia, que lute pela organização nos locais de trabalho.

sexta-feira 6 de março de 2020 | Edição do dia

O governo intensifica os ataques a educação, porém as direções do SEPE não preparam uma luta consequente para dar a resposta adequada, que é colocar a categoria na rua e organizar a mobilização em cada escola para derrotar os ataques de Witzel e Bolsonaro. Os professores estão no limite, trabalhando 65 horas por semanas e não podem esperar mais! É preciso construir uma greve geral por tempo indeterminado, com a base da categoria organizada sendo a linha de frente da mobilização, impondo as demandas do movimento às direções sindicais do SEPE, e das centrais sindicais como a CUT/CNTE e CONLUTAS.

O ano de 2020 chegou com inúmeros ataques para todos aqueles que trabalham na rede estadual de educação pública do Rio de Janeiro e que já sofriam com o corrupto governo Pezão. O governo Witzel vem tentando usar o oportunista político Pedro Fernandes como a face demagógica de seu governo. Enquanto o herdeiro da tradicional família Fernandes, que gosta de se exibir diversos vídeos em redes sociais, ainda que na prática colecione diversos episódios de humilhações contra os professores, nos porões de seu governo Witzel incorpora diretamente do MEC o bolsonarista reacionário Bernardo Goytacazes como secretário adjunto de educação.

Uma figura conservadora que foi secretário de modalidades especiais na gestão Velez Rodrigues, e que age pelos bastidores sem chamar muito a atenção na promoção das políticas mais reacionárias deste governo, enquanto Pedro Fernandes posa de “bom moço”. O governo também avançou com seu projeto de militarização da educação, dando o controle de inúmeras unidades de ensino a oficiais da instituição mais assassina de seu governo, a polícia militar do Rio de Janeiro. O objetivo dessa medida está bastante claro: fortalecer a repressão nas escolas, impedindo a organização de professores e alunos. A mesma polícia que mata a juventude negra nas favelas irá também oprimi-la nas escolas.

Com seis anos de congelamento salarial e uma crescente falta de professores, a resposta desse governo demagógico não poderia ser outra: colocou todo o peso nas costas dos professores, apostando na sobrecarga de até 65 horas semanais, mantendo o salário rebaixado e não fazendo novos concursos. É preciso valorizar o professor aumentando os salários e abrindo concursos imediatamente! Obrigam-nos à aceitar as horas extras da GLP porque sabem que o nosso salário está sendo corroído pelo aumento da contribuição previdenciária, inflação e aumento do custo de vida, mas os professores não podem se submeter a isto! Por traz do rosto sorridente de quem nunca dependeu de um salário, Pedro Fernandes anuncia um cruel avanço na precarização dos trabalhadores da educação. O que mais vamos ter que aguentar deste governo para ter um salário um pouco melhor?

E diante de todos estes avanços do governo do Witzel, qual foi a resposta pelo nosso sindicato? Tímidas ações na justiça, protestos convocados em cima da hora junto ao parlamento sem mobilização da categoria. Não mobilizam a base e depois culpam a categoria. Não podemos cair no engano de acreditar que a culpa disto é dos professores que lutam diariamente nas escolas, enfrentando as condições mais precarizadas, passando por situações degradantes para sobreviver. Esta é uma mentira reforçada por aqueles a quem não interessa a mobilização da categoria, para aqueles que se beneficiam de negociar o destino dos professores com o governo.

São as direções sindicais, cada vez mais formando uma burocracia encastelada, que vive de acordos por cima, que tenta a todo custo afastar os professores do sindicato, que não constrói os atos, que não chama a categoria para o debate. Mas que gosta de se mostrar como sendo “os únicos que estão lutando”. Porque não há uma campanha organizada, será que faltam recursos ao principal sindicato da educação do estado do Rio de Janeiro? As direções gostam de dizer que o ato do dia 18 está sendo construído nacionalmente, mas quais são as escolas que a direção do SEPE está construindo ele mesmo?

Após inúmeros ataques e com a pressão econômica, assédio moral, e testemunhando ao longo de meses o imobilismo sindical, muitos professores sentem-se como se estivessem sem instrumentos para resistir, e começam a alimentar um certo ceticismo que pode acabar desembocando na resignação. É preciso que em cada escola, em cada bairro e cidade, se formem articulações para reforçar a nossa auto-organização, fortalecendo os laços de solidariedade na classe trabalhadora, mostrando que ninguém está sozinho!

Nós, do movimento Nossa Classe – Educação, afirmamos que uma greve por tempo indeterminado é sim a única maneira de dar uma resposta efetiva da ao governo Witzel. é preciso que esta greve seja efetivamente construída nas escolas, com os professores se organizando para impor suas demandas. Precisamos ser sujeitos de nossa própria política e ir na próxima assembleia, no dia 18, construindo com força nas nossas escolas a paralisação. Se não tomarmos as rédeas do movimento, vamos ficar reféns de sua política conciliadora com os interesses da classe burguesa, como tem sido o papel infeliz cumprido pelo SEPE até então.

Silenciosamente, correm reformas previdenciária e administrativas nos Rio de Janeiro, o que abre perspectiva de ataques aos servidores de conjunto. Em São Paulo o governo Doria só conseguiu aprovar a reforma da previdência debaixo de bala, e lá se enfrenta com a resistência da categoria dos professores, e aqui no Rio de Janeiro temos a oportunidade de conectar todas as lutas e mostrar a força da classe trabalhadora nas ruas.

O que a recente explosão das lutas da classe trabalhadora no mundo tem mostrado é que cada vez mais há a clareza de combater a burocracia sindical através do fortalecimento da auto-organização dos trabalhadores em cada local de trabalho. Na França a maior greve geral desde 68 só teve o peso de ameaçar o governo porque as bases de várias categorias diferentes se organizaram em um organismo independente para eleger delegados que acompanharam as negociações dos governos com os sindicatos. No Chile, estão sendo comitês de formados pelas bases que estão conseguindo apoio como alimentos, remédios e até abrigo para apoiar os trabalhadores em sua luta que desafia o próprio regime político.

No Brasil, as Centrais Sindicais estão convocando um calendário de luta para os dias 8 de Março, 14 e 18, aonde se deve unificar a pauta das mulheres, as demandas dos trabalhadores e a oposição aos arroubos autoritários de Bolsonaro. Estas mesmas Centrais estão apostando em alianças com partidos burgueses, capitaneadas pelo PT, PCdoB junto à PDT, PSB, Rede e... o PSOL. Temos que lutar para que estas três datas não fiquem diluídas em um calendário de luta eleitoral que substitua a nossa organização na base por acordos com frações burguesas que se opõe a Bolsonaro mas nos atacam mesmo assim, como Rodrigo Maia e o próprio Witzel.

Do Movimento Nossa Classe Educação, lutamos para que este dia 18 seja uma entrada dos professores em cena, com uma estratégia independente de alas da burguesia, que lute pela organização nos locais de trabalho construindo organismos de direção com delegados eleitos pela base, e lutando para que a base tenha força para impor sua forma de conduzir a luta ao Sindicato, em oposição à linha conciliatória e eleitoral que se mostrou falha para combater os ataques e que falha novamente na tarefa de ser oposição ao autoritarismo de Witzel e Boilsonaro.




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