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DEMISSÕES GM | Operários da GM podem paralisar produção contra demissões

Evandro NogueiraSão José dos Campos

sexta-feira 17 de junho de 2016 | Edição do dia

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, em nota publicada nessa quinta, 16, cerca de 3 mil operários da GM aprovaram que podem paralisar a produção caso a empresa continue demitindo. Nas palavras do sindicato, “Semanalmente, a empresa vem demitindo trabalhadores a “conta-gotas”. Desde maio, mais de 40 já foram demitidos”. Outra denúncia é como a empresa vem forçando a produção com excesso de horas extra.

Essa notícia vem no mesmo dia em que a GM publicou seu balanço global apontando que o lucro líquido mais que dobrou no primeiro trimestre desse em comparação ao mesmo período de 2015, passando de US$ 900 milhões para RS$ 2 bilhões! A receita líquida passou de RS$ 35,7 bilhões para RS$ 37,3 na comparação entre os primeiros trimestres de 2015 e 2016.

Recentemente a GM anunciou contratação de 200 trabalhadores para ampliar a produção da picape S10 devido a grande demanda de exportações, o que, como demonstramos aqui, tem sido um mecanismo importante da patronal industrial para ampliar sua lucratividade e ao mesmo tempo rebaixa os salários dos trabalhadores. A picape s10, produzida na planta de São José dos Campos tem uma média de mais de 90 unidades vendidas por dia há quase 20 anos!

Essa gigante imperialista colocou 517 pais de família na rua no início do ano somente para rebaixar a média salarial da sua planta na cidade e agora eleva a produção dobrando receitas e aumentando sua taxa de lucro com contratações com salário mais baixo e impondo longas horas extra todos os dias! Os operários da GM não podem aceitar isso e nós do Esquerda Diário e do Movimento Revolucionário de Trabalhadores nos colocamos totalmente em solidariedade ativa, assim como fizemos em todas as suas últimas lutas, nenhuma demissão deve passar!

Já vimos esse filme...

Contudo, é preciso dizer, existe uma contradição no fato de que há menos de um mês o sindicato publicou matéria comemorando a conquista de uma PLR maior que a de 2015, além do anúncio da contratação de 200 funcionários, e agora dizer que desde maio já são 40 demissões. Disso só existe uma conclusão lógica, enquanto o sindicato lutava pela PLR as demissões se acumulavam em silêncio.

A verdade é que isso não nos espanta, há apenas cinco meses situação muito semelhante ocorreu nessa fábrica. Conforme denunciamos aqui, em plena greve pela PLR em janeiro, centenas de demissões já estavam anunciadas, mas ao contrário de construir uma luta para barra-las, a linha do sindicato foi encerrar a greve da PLR sem tocar no assunto e depois deixar passar as demissões sem nem mesmo uma assembleia da fábrica que debatesse esse grave ataque – uma luta então nem pensar.

Agora o filme se repetiu, em proporção bem menor, é verdade, mas o que impedirá a GM de atacar e demitir mais centenas?




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