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METALÚRGICOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS | Operários da GM começaram greve nesta segunda-feira contra demissões

No último sábado trabalhadores da fábrica da General Motors de São José dos Campos receberam um absurdo aviso de demissão por telegrama em suas casas. Após assembleia realizada no domingo (9), na sede do sindicato com aproximadamente 250 demitidos, os trabalhadores da planta dos primeiro e terceiro turnos em assembleia na porta da planta votaram pela greve por tempo indeterminado contra as demissões.

Leo AndradeCampinas

terça-feira 11 de agosto de 2015 | 00:14

A patronal não divulgou até agora o número de trabalhadores demitidos, o sindicato, da CSP-Conlutas, calcula algo em torno de 250 trabalhadores que receberam o aviso de demissão, pelo número de demitidos que compareceram à assembleia no domingo. O sindicato orientou que os trabalhadores não comparecessem ao exame médico demissional para aguardarem a assembleia de segunda na porta da fábrica. Votada a greve por unanimidade por cerca de 4 mil trabalhadores (de 5,2 mil que trabalham na planta), espera-se abrir negociação com a empresa.

As demissões em São José dos Campos acontecem praticamente um mês após a mesma GM ter demitido 500 trabalhadores na planta de Santo André, no ABC paulista. Lá, os trabalhadores seguem acampados na porta da fábrica para reverter as demissões, como publicamos aqui no Esquerda Diário.

A intenção da patronal de colocar os trabalhadores nas ruas já se arrasta por alguns meses. Em março a GM anunciou a demissão de cerca de 700 trabalhadores, que entraram em greve para impedir as demissões. As negociações entre sindicato e empresa levaram a uma suspensão temporária dos contratos de 750 trabalhadores, por regime de lay-off, cujo prazo de suspensão se encerraria hoje, segunda-feira. Estes trabalhadores que retornariam hoje ao trabalho, aderiram à greve junto com os demais companheiros contra as demissões.

A medida que o governo e as burocracias sindicais tem apresentado como respostas “alternativas” às demissões é o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), onde os trabalhadores aceitariam redução de jornada com redução salarial. Como denunciamos mais de uma vez, é uma saída que, ao contrário de defender os empregos, faz com que os trabalhadores paguem pela crise da indústria. Corretamente o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos se contrapõe a essa medida e levanta a bandeira de redução de jornada sem redução salarial.

Precisamos cercar de solidariedade a greve dos trabalhadores da GM de São José dos Campos e fazer uma exigência ao sindicato dos metalúrgicos do ABC para que unifiquem as lutas em defesa do emprego das duas plantas da GM, em Santo André e em São José dos Campos. Essa política obrigaria a CUT a sair realmente em defesa dos empregos contra a sua política governista de defesa do PPE.

Mas sabemos que a CUT não só apoia o PPE, como foi redatora do Programa. Por isso, a CSP-Conlutas, a partir da luta da GM deve chamar a construção de um polo nacional, classista e anti-burocrático para defender os empregos, que se contraponham à polarização entre direita e governo expressa nos atos dos dias 16 e 20, respectivamente.

É a hora de transformar a luta da GM em referência nacional do combate às demissões, mostrando que é possível uma saída dos trabalhadores frente à crise econômica e política que atravessa hoje o país.

Para se criar esse polo, precisamos levantar o programa de abertura das contas das empresas que estão em crise; lutar pela redução de jornada, sem redução salarial para acabar com o desemprego; a oposição de esquerda ao governo no Congresso, os parlamentares do PSOL, tem que fazer uma grande campanha por um projeto de lei que proíba as demissões no momento de crise, como mínimo isso desmascararia os políticos da burguesia e divulgaria amplamente as demissões massivas que se vive nas fábricas. Isso é diferente do que os companheiros da CSP-Conlutas no sindicato de São José dos Campos insistem em exigir do governo uma nova medida provisória que impeça as demissões, num momento em que o governo de Dilma e do PT vem atacando cotidianamente os trabalhadores com seus ajustes. E o PPE já é a medida clara de que tipo de Programa o governo está disposto a oferecer aos trabalhadores: que estes paguem pela crise dos patrões.




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