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OBSCURANTISMO NAS ESCOLAS | Ofício do MEC usa discurso de "pluralidade" para impor mais perseguição ideológica nas escolas

Sob a "máscara" da proteção ao livre pensar nas escolas, Ministério da Educação encaminhará ofício às escolas para lutar contra o que a extrema direita chama de "doutrinação". Enquanto na realidade, Weintraub, ministro de Bolsonaro, ataca e sucateia o ensino público e a ciência no Brasil, para entregar aos empresários, e alimentam o obscurantismo, perseguindo estudantes e professores.

terça-feira 24 de setembro de 2019 | Edição do dia

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou nesta segunda-feira (23) o envio de um ofício, a todas as escolas públicas do país, com orientações visando “à melhora do ambiente escolar”. O documento traz uma série de "cuidados" que devem ser tomados no espaço escolar, como “doutrinação” e “exposição à propaganda político-partidária”.

Por outro lado, Bolsonaro e Weintraub avançam contra o ensino básico e superior, inclusive buscando militarizar escolas, denunciando que o que chama de "doutrinação" é na realidade perseguir a possibilidade de debates necessários no ambiente escolar como racismo, gênero e sexualidade. O governo Bolsonaro, enquanto impõe cortes imensos às universidades, irá gastar quase R$1 milhão em mais de 200 escolas que entraram no processo de militarização.

Veja mais: Bolsonaro irá militarizar mais de 200 escolas por R$1 mi cada enquanto corta da educação

Enquanto Weintraub avança contra a liberdade de pensamento nas escolas, justamente por entender que são nas escolas e universidades que encontram seus "piores inimigos", ou seja, a juventude que se levantou em diversos momentos deste ano em repúdio ao governo Bolsonaro e suas medidas coercitivas, como indicando gestores das escolas e reitores de universidades.

Os 5 pontos mais destacados desta lista, aparentemente buscam um "espaço escolar plural e diverso", contudo, na prática, as medidas tomadas por Bolsonaro, Weintraub e seus aliados evidencia que, muito ao contrário disso, buscam intervir diretamente na formação dos alunos e na prática pedagógica de professores.

O ofício é, praticamente, uma versão disfarçada do projeto "Escola Sem Partido", assiduamente defendido pela extrema direita, que também fomenta perseguição de professores nas salas de aula. Agora, o ofício será intitulado "Escola para Todos". Apesar da similaridade, Weintraub negou veementemente a associação entre ambos.

Veja também: Weintraub admite que corte na educação foi usado para comprar parlamentares

Por outro lado, o mentor do "Future-se", que prática se concretiza como a abertura ainda mais violenta à privatização das universidades, não esconde sua predileção por teorias próprias da extrema direita e do obscurantismo que fomenta, contrapondo-se à teoria Darwinista. Questionado sobre como serão ensinados momentos cruéis da história da humanidade, como o período do ascenso fascista na Europa, Weintraub se calou.

Para defender o direito à educação, plural e livre, é necessário batalhar por uma educação pública e integral, erguendo-se contra os cortes e contra os projetos deste governo que quer entregar os serviços públicos nas mãos dos grandes monopólios da educação no país. Medidas como essa, e como os cortes que assolam o ensino superior e a pesquisa, estão a serviço de implementar um projeto de privatização e de avanço do obscurantismo. Querem destruir as universidades e escolas para satisfazer os lucros dos capitalistas, sufocando trabalhadores da educação e a juventude com perseguições ideológicas.




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