O acréscimo apontado como necessário ao parque gerador tem de ser de 7%, aponta operador do sistema elétrico.
quinta-feira 26 de agosto de 2021 | Edição do dia
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Uma nova nota técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) desenha um cenário de “degradação” no nível de armazenamento dos reservatórios e afirma que, sem a “incorporação de recursos adicionais”, haverá um déficit de energia elétrica em outubro e novembro deste ano. Ou seja, se não houver economia ou fonte adicional de energia, há um grande risco de apagão.
Sobre o assunto: ’Qual é o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?’, diz Guedes
O ONS afirma que é necessário aumentar a oferta de energia em 5,5 GWmed para garantir o suprimento de eletricidade a partir de setembro de 2021. Para mensuração, nesta terça-feira o país consumiu cerca de 73 GWmed de energia. Ou seja, será necessário tomar medidas para garantir um adicional de cerca de 7% de energia. Isso é mais do que a hidrelétrica de Itaipu, a maior do país, tem gerado todos os dias (pouco mais de 4 GW).
Pode interessar: Arthur Lira diz que governo fará racionamento de energia para evitar apagões
O ONS traçou dois cenários. No primeiro, chamado de “Caso A", os principais reservatórios da bacia do rio Paraná chegam ao final do período seco, ou seja, o mês de outubro, com níveis baixos de armazenamento. O segundo cenário do ONS, chamado de “Caso B”, é o que afirma a necessidade de 5,5 GWmed de energia a partir de setembro. O ONS também recomenda a adoção de “medidas que induzam à redução voluntária do consumo” de clientes residenciais e de pequenos comércios, que são atendidos pelas distribuidoras de energia elétrica. Apesar do maior gasto de energia e água sendo do agronegócio, que consome 83% da já escassa água doce, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), e das grandes empresas.
Leia também: Crise hídrica, aumento da luz e privatizações: não podemos pagar pela crise dos capitalistas