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SALÁRIO | O que está por detrás da diferença de salário entre setor público e privado?

Segundo pesquisa do IBGE, a diferença de salário do setor público para o privado cresceu para 63,8%. Na verdade, os dois setores acumulam desvalorização real, com perda do poder de compra frente a inflação.

quinta-feira 2 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

De 2015 para 2016, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísca (IBGE), a diferença entre o salário médio do setor público para o setor privado saltou de 59,3% para 63,8%.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, enquanto o salário médio de um trabalhador da iniciativa privada encolheu 1,3% (caindo de R$1.949,15 para R$1.924,29), o de um servidor público aumentou 1,5% (passando de R$3.152, para R$3.105).

O que essa discrepância evidência é o comportamento contrário dos dois setores. Enquanto o setor privado num momento de crise demite em massa, incluindo cargos de altos salários pressionando a média geral para baixo, no setor público os funcionários dispõem de maior estabilidade no cargo, sendo mais difícil sua demissão.

Vale relembrar outra pesquisa, divulgada semana passada pelo Ministério do Trabalho, na semana passada, que apontava que os novos contratados com carteira assinada estão recebendo, em média, 21% menos do que os demitidos na mesma ocupação.

Tomando como base o salário mínimo do DIEESE, calculado em torno de R$ 3.856,23 para o último mês de dezembro, vemos como tanto o salário médio do servidor público como do setor privado estão abaixo do mínimo calculado pelo DIEESE para um trabalhador viver de acordo com a dignidade e as condições impostas pela constituição. Além disso, nem a variação positiva da média dos salários dos servidores, de apenas 1,5%, repõem as perdas com a inflação.

A pesquisa, por levar em conta o salário médio, mascara grandes discrepâncias dentro dos setores. No setor público, por exemplo, enquanto o salário base de um professor com formação de nível médio e carga horária de 40 horas era de R$ 2.135,64 no ano passado, um auditor fiscal da Receita Federal em início de carreira ganhava R$ 15.743,64.

O que a pesquisa revela na verdade, nos dois setores, é um arrocho na condição de vida dos trabalhadores, que veem seus rendimentos diminuídos seja em face do aumento da cesta básica e demais serviços, ou do desemprego e rebaixamento dos salários, em consequência da recusa dos grandes empresários em ver os seus rendimentos atacados.




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