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ELEIÇÕES AMERICANAS | O que está em jogo nas eleições de meio mandato nos EUA? EUA: chaves para entender o futuro de Trump

A coluna internacional de "El Círculo Rojo", o programa do La Izquierda Diario (versão argentina do Esquerda Diário) na Radio “con Vos” trata sobre a prévia das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos.

terça-feira 6 de novembro de 2018 | Edição do dia

Em sua coluna, Diego Sacchi analisa como o país vem para as eleições em que o atual presidente se colocou "a campanha do ombro" no meio de semanas marcadas por violência política, ódio racial e operações de todos os tipos que reaquecem a reta final.

Trump decidiu levar a campanha como se fosse um plebiscito de seu mandato e, a fim de manter sua base eleitoral, vem apelando para o pior do macarthismo e do discurso racista.

Racista, porque ataca a caravana migrante que partiu de Honduras, onde milhares de pessoas procuram chegar aos Estados Unidos para escapar da violência e da miséria que vivem os países da América Central. Trump envia cerca de 15.000 soldados para a fronteira mexicana com a ordem de abrir fogo contra os migrantes. Chegou até a dizer que os terroristas do Oriente Médio tinham se infiltrado na caravana para justificar suas políticas anti-imigrantes, que já chegou a aprisionar crianças e separá-las de suas famílias.

Macarthista porque ataca o Partido Democrata chamando-o de ser "comunista", "socialista" e querendo governar com ideias contra os valores americanos.

Não é por acaso que, com esses discursos polarizados, ocorre uma série de violências políticas e raciais. A primeira foi uma série de bombas em pacotes que teve como alvo o casal Clinton, o ex-presidente Barack Obama, a CNN e ator Robert De Niro. O outro fato foi o ataque contra uma sinagoga em Pittsburgh, que deixou 11 mortos, um dos piores massacres contra a comunidade judaica nos Estados Unidos.

Os atacantes podem agir por conta própria, mas são influenciados pelo discurso de ódio, racista, homofóbico e polarizador que é transmitido por Trump, falando de uma onda migrante que ameaça o american way of life ou atacar o Partido Democrata (o partido que salvou o Bancos e Wall Street em 2008 e as guerras imperialitas) dizendo que o mesmo é liderado por "comunistas".

Mas os líderes do Partido Democrata procuram construir uma oposição "institucional", ameaçando Trump com um possível impeachment, como uma forma de conter os setores que começam a se expressar nas ruas contra o discurso de ódio de Trump.

Ainda que se tenha que aguardar o resultado da "Super terça-feira", o que vai continuar se expressando além do que acontece, é a forte polarização e divisões dentro da classe dominante, uma herança da crise de 2008. Trump, e de modo mais geral, a ascensão eleitoral de variantes de extrema-direita como Bolsonaro no Brasil, são a primeira resposta de correntes com viés mais autoritários, o que mostra que os efeitos dessa crise ainda estão em vigor.




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