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TRIBUNA ABERTA | O novo discurso capitalista onde o empregado é colaborador ou vilão

segunda-feira 18 de dezembro de 2017 | Edição do dia

O Capitalismo sempre apresentou em seu discurso alguns pontos para serem pensados e debatidos e já faz alguns anos que o empregado passou a ser classificado como “colaborador” na tentativa de dar a sensação de que ele agora é uma espécie de sócio da empresa, mas continua recebendo quatro reais e alguns centavos por hora numa jornada massacrante.

De fato pode até ser que algumas empresas ofereçam aos empregados algum conforto e alguns direitos dos quais foram retirados a força do trabalhador, mas isso não é regra! Devemos lembrar dos casos de trabalho escravo envolvendo grandes marcas? Ou devemos lembrar dos anúncios de emprego onde o salário é menor do que o necessário para ter o mínimo de dignidade?

O discurso do colaborador entrou forte na vida do proletariado brasileiro, criam uma empatia com a empresa, vestem a camisa e muitas vezes entregam muito mais do que lhes cabe, esse discurso realmente funciona e infelizmente funciona em ambientes de trabalho que não geram nenhuma dignidade. Se a empresa utiliza deste discurso e age de forma que realmente quer um colaborador e não um robô dentro de suas paredes não é para estas a reflexão aqui proposta.

Mas se a empresa utiliza do discurso de colaborador e na prática quer um robô que descansa por 15 minutos e finge que está aberto a negociação é para estas a reflexão. Uma empresa sem dono se torna uma cooperativa, já uma empresa sem funcionários se torna apenas um cnpj. O brasileiro precisa deixar de se sentir sócio de quem irá demiti-lo na primeira negociação por um plano médico, o perfil cordial do brasileiro o faz bater no peito e se apropriar da marca onde trabalha, mas a marca bate no peito e realmente se orgulha de quem realmente faz acontecer todos os dias? Aqui jaz os direitos trabalhistas enterrados na comemoração do trabalhador que os perdeu.




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