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CPI da pandemia | O grande circo da CPI, que durou 6 meses, vota relatório final nesta terça

Dos 11 crimes dos quais Bolsonaro estava sendo investigado, os governadores livraram o presidente dos crimes de genocídio contra indígenas e homicídio por omissão. No circo da CPI, ministros como Paulo Guedes e Braga Neto foram poupados. Ao longo desses 6 meses, os governadores responsáveis pela CPI estavam lado a lado com Bolsonaro para passar reformas e privatizações que atacam os direitos dos trabalhadores.

terça-feira 26 de outubro de 2021 | Edição do dia

Os crimes atribuídos a Bolsonaro que constam no relatório final são:

1. epidemia com resultado morte;

2. infração de medida sanitária preventiva;

3. charlatanismo;

4. incitação ao crime;

5. falsificação de documento particular;

6. emprego irregular de verbas públicas;

7. prevaricação;

8. crimes contra a humanidade;

9. crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo)

Renan Calheiros também detalha o atraso na compra das vacinas e falta de respostas às fabricantes. Além do presidente, duas empresas (Precisa Medicamentos e VTCLog) e mais de 70 pessoas, incluindo ministros, ex-ministros, médicos, deputados federais, empresários e três filhos do Bolsonaro estão no documento como responsáveis por mais de 20 infrações.

O documento, se aprovado, irá para outros órgãos, como o Ministério Público, para que os pedidos de indiciamento sejam validados ou arquivados. O relatório também aponta para a questão da existência do gabinete paralelo de Bolsonaro, responsável por milhares de mortes, negando ações efetivas e defendendo imunidade de rebanho e medicamentos que não eficazes contra a covid, além de outras barbaridades e o relator afirma que Bolsonaro “foi o principal responsável pela propagação da ideia de tratamento precoce”. Também, segundo o relator, as ações de Bolsonaro em respeito à pandemia podem ser enquadradas como crime de responsabilidade, o que pode levar a um impeachment do presidente.

Figuras diretamente ligadas com Bolsonaro dentro da CPI, como Marcos Rogério (DEM-RO) votou contra todos os indiciamentos e tentam jogar toda a culpa nos governos estaduais e municipais. Eduardo Girão (Pode-CE) descaradamente diz que não houve evidências de atos ilegais praticados no enfrentamento da pandemia e propõe “extinção melancólica” da comissão.

A CPI que tentou se colocar como alternativa do governo, tem na verdade o objetivo de livrar a cara do congresso e do regime político fruto do golpe de 2016, para encobrir o fato de que também são responsáveis diretos pelas mais de 600 mil mortes que assolam o país.

Tudo o que consta no relatório é sabido pelo conjunto da população há tempos. Enquanto esse circo da CPI tenta mostrar os governadores como oposição aos absurdos do presidente e também como um setor mais responsável, racional, a verdade é que tanto Renan quanto o conjunto desses governadores estiveram lado a lado com a política de Bolsonaro de privatizações e reformas que atacam os trabalhadores, suas condições de vida e consequentemente intensificam as mortes, a fome, o desemprego e o sofrimento da nossa classe. Eles também são responsáveis por essa política assassina e entreguista da qual Bolsonaro toma a frente.




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