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ORIENTE MÉDIO | O governo israelense vai destruir um povoado em Néguev

O povo beduíno de Umm Al-Hiran, no deserto de Neguev (sul de Israel), será demolido por ordem judicial depois que um tribunal recusou o último recurso apresentado por seus habitantes. Segundo informou a Al Jazeera, a Administração de Terras de Israel (ILA), o organismo governamental que administra as terras públicas, começaria a destruir o povoado ainda nesta terça.

quarta-feira 23 de novembro de 2016 | Edição do dia

Um recurso judicial foi apresentado num último momento com a intenção de impedir a demolição da aldeia onde vivem cerca de mil beduínos e sobre a qual pesava uma ordem de demolição desde de maio de 2015. “O Juiz Yaacov Danino do tribunal de Beer Sheva rechaçou hoje a petição de adiamento da ordem de evacuação e demolição da aldeia”, informou a portavoz do serviço judicial, Shirly Koren.

O Juiz que recusou a petição disse, cinicamente, que “não entendia” porque os habitantes haviam esperado até a data limite da demolição para apresentar o recurso judicial. Mati Milstein, portavoz da ONG local Adalah, que presta assessoria legal às minorias árabes, explicou à agência Efe que o recurso era um passo burocrático necessário para fazer uma apelação frente a Corte. E completou que, se as demolições se atrasassem até depois de 30 de novembro, seria necessária uma nova ordem judicial.

O governo de Israel considera essas terras, onde vivem milhares de árabes, como sendo de “propriedade pública e exigem que seus habitantes, que as ocupam há séculos, as abandonem. O governo planeja construir uma população judia de famílias vinculadas ao movimento dos assentamentos ilegais nos territórios ocupados da Cisjordania onde hoje é Umm Al-Hiran, enquanto transporta pela força os habitantes palestinos para novas localidades no deserto de Neguev.

“O caso de Umm Al-Hiran é uma demonstração da política de terras de Israel – seja no lado israelense da linha verde ou nos territórios ocupados”, destacou Amjad, coordenador de defesa internacional da Adalah, a Al Jazeera. Desde a coordenadoria a Adalahlamentou que Israel desaloje o habitantes de Umm Al-Hiran “sem oferecer a eles nenhuma alternativa de moradia adequada” e proclamou que depois se levantará “sobre suas ruínas” uma nova cidade judia chamada Hirán.

Umm Al-Hiran é uma das mais de 30 comunidades beduínas que existem no deserto de Neguev e que a legislação israelense classifica como “não reconhecidas” por não haver-se constatado juridicamente sua propriedade com papéis. Esse plano governamental de 2011 para regular a propriedade das terras e realocar a dezenas de milhares de beduínos encontrou oposição das próprias comunidades e de organismos internacionais como a ONU, que chegou a qualificá-lo de discriminatório.

A estas medidas condenadas internacionalmente se somam as permanentes arbitrariedades do Estado Sionista contra a população palestina, em Gaza e Cisjordania, com centenas de postos de controle por todo o território, detendo milhares de palestinos entre 4 e 8 horas todos os dias além da demolição de casas pelo Estado Israelense, da família de qualquer palestino que realize um ataque contra Israel.

Tradução: Zuca Falcão.




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