×

AUXÍLIO EMERGENCIAL | O fim do auxílio emergencial vai deixar 63 milhões de famílias abaixo da linha da pobreza

Criado no início da pandemia, o auxílio emergencial chegou a beneficiar quase 68 milhões de pessoas em todo o país. Na última quinta-feira, foram liberados os últimos pagamentos, e até então o governo não apresentou uma nova alternativa para as milhares de famílias que agora vão entrar na linha da extrema pobreza.

terça-feira 2 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Isac Nóbrega/PR/Divulgação

Enquanto os economistas se preocupam com o impacto fiscal e com o histórico endividamento publico que o país chegou em dezembro – alcançando quase 90% PIB –, estimativas apontam que cerca de 63 milhões de famílias vão passar a viver abaixo da linha da pobreza e 20 milhões vão cruzar a linha da pobreza extrema.

Foram investidos cerca de R$ 290 bilhões para ajudar mais 70 milhões de brasileiros durante a pandemia, enquanto, para os banqueiros e grandes credores da dívida pública, o governo gastou quase 5 vezes mais. Isso demonstra quais são as prioridades do governo Bolsonaro e dos golpistas.

Leia também: Para Bolsonaro o que quebra o Brasil é o auxílio emergencial, o que dizer da dívida pública?

O Ministério da Economia foi consultado pelo Fantástico, mas não quis se pronunciar sobre o fim do auxílio emergencial. O ministério da Cidadania disse em nota que mais de 1,2 milhão de pessoas foram incluídas no Bolsa Família este ano. No total agora são mais de 14,2 milhões de famílias que recebem um valor médio de R$ 190,57.

O Ministério da Cidadania afirmou também que tem trabalhado na reformulação do programa e que deve anunciar uma nova proposta mais abrangente do programa nos próximos dias. A pasta, que também administrava o auxílio emergencial, não falou sobre uma possível retomada do benefício devido ao agravamento da pandemia.

O valor inicial do auxílio emergencial de R$ 600, já era completamente insuficiente para um trabalhador autônomo, informal ou desempregado manter o sustento de sua família na pandemia sem precisar retornar ao trabalho. Com a redução desse valor pela metade a condição da classe trabalhadora manter o mínimo ficou cada vez mais difícil.

Agora com o corte definitivo do auxílio, o governo termina de deixar essas famílias sem condição de se manterem, ainda mais nesse momento em que o desemprego já atinge mais de 14 milhões de trabalhadores, e a inflação atinge níveis recordes, com uma cesta básica chegando a custar quase R$ 1000 em São Paulo.

Por isso a necessidade além da continuidade do pagamento do auxílio, o aumento do mesmo para pelo menos R$ 2000, baseado na média salarial brasileira e o dobro para mães solteiras, há necessidade também da proibição das demissões, mantendo o mínimo de qualidade de vida para a classe trabalhadora.

O endividamento do Estado é fruto por exemplo dos enormes valores gastos com a dívida pública, que apenas entre 2002 e 2018 mais R$ 1 trilhão foi gasto para o pagamento da mesma, dinheiro que poderia ter sido usado na ampliação do sistema público de saúde, na construção de leitos de UTI, e para ampliação dos valores do auxílio emergencial desde o começo dessa que já é a maior crise sanitária dos últimos tempos.

O governo que tira o alimento da mesa dos trabalhadores é o mesmo que gasta quase R$ 2 bilhões em compras de supermercado, sendo R$ 15 milhões apenas em leite condensado, R$ 16,5 milhões com batata frita embalada, enquanto isso a classe trabalhadora é abandonada na pobreza, sem perspectiva de trabalho, sem uma saída para a pandemia e com um aumento médio de 30% nos valores das cestas básicas.

Leia mais: Entenda por que não pagar a dívida pública em 8 pontos




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias