Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, foi escolhido a dedo por Dilma para avançar para a privatização da Petrobras onde foi nomeado presidente, assim como já tinha feito com o maior banco do país.
sábado 26 de setembro de 2015 | 00:01
Em matéria publicada recentemente, noticiamos o ataque que o governo Dilma quer aplicar aos petroleiros através de propostas nefastas como a redução da jornada de trabalho com redução equivalente de salários e direitos, redução no valor da hora-extra e instituição do banco de horas, dentre outras, que tem como objetivo principal avançar na privatização da maior empresa do país.
Aproveitando-se do escândalo de corrupção e do recente rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela agência Standard & Poor’s (ligada a burguesia internacional), o ex-banqueiro agora descarrega a crise nas costas dos petroleiros, enfia goela abaixo o “remédio amargo” do ajuste fiscal.
Para os bancários, Bendini é macaco velho. O período em que o ex-banqueiro foi presidente do Banco do Brasil deu mostras de sua política privatista, aumentando a terceirização, explorando os bancários e a população.
Em conversa, a atual representante dos trabalhadores no conselho de administração do Banco do Brasil, Juliana Donato, que faz parte do movimento nacional de oposição bancária – MNOB, pode nos contar um pouco sobre:
“Na gestão de Aldemir Bendine, de abril de 2009 a dezembro de 2014, o BB atuou cada vez mais como banco privado. Seguindo a lógica dos bancos de mercado, comprou três bancos: Nossa Caixa, Banco do Estado do Piaui e o Banco do Estado de Santa Catarina. Também fez incorporações no exterior, comprando o Banco da Patagônia na Argentina e um pequeno banco nos EUA, chamado Eurobank. Quando era presidente do BB o governo aumentou a permissão de compra de ações por investidores estrangeiros de 12,5 para 20%. Em relação ao crédito, ao invés de ser um financiador dos trabalhadores, concentrou o investimento nos grandes grupos empresariais do país, inclusive empresas envolvidas na operação Lava Jato, salvou o Banco Votorantim da família Ermírio de Moraes, comprando 50% de suas ações. Na sua gestão o BB assumiu o Banco Postal dos Correios que é a maior estrutura de correspondentes bancários. Transformou a Cobra, empresa controlada pelo banco, em correspondente bancário e a partir daí iniciou a terceirização de várias atividades fim. Em relação ao funcionalismo aumentou o assédio moral, a repressão e a terceirização. As práticas antissindicais se multiplicaram tendo o meu caso como um dos maiores exemplos. Também negou todas as reivindicações históricas do funcionalismo nas várias campanhas salariais. Em síntese Bendine como presidente do BB foi um ótimo gestor dos interesses da burguesia e representou um retrocesso do BB como banco público, voltado para os interesses dos trabalhadores”.
Este é o banqueiro que agora está à frente da maior empresa brasileira e o presente já nos dá mostras que os petroleiros terão uma difícil batalha pela frente. Além de se enfrentar com o governo Dilma e Bendini, os petroleiros encontram a resistência da burocracia dos sindicatos, sobretudo aqueles ligados a principal federação sindical - FUP que, assim como a dos bancários, está ligada a CUT e faz de tudo para defender o PT, não travando uma batalha consequente contra estes ataques.
É mais do que necessária a unidade entre as diversas categorias contra o ajuste fiscal, a privatização da Petrobras e o avanço da terceirização no país. Categorias importantes como petroleiros, bancários e trabalhadores dos Correios iniciarão suas campanhas salariais, além dos servidores federais e da saúde que já estão em greve.
Unificar as greves contra os ajustes do governo Dilma e do PT, organizar os trabalhadores pela base contra as burocracias sindicais e mostrar que os trabalhadores podem e devem construir uma alternativa para a crise econômica e política em nosso país.
(Créditos da Imagem: Martin Blanc do site Bidness ETC)
